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Falta de mulheres dificulta escolha para Itamaraty
DE BRASÍLIA
A presidente eleita, Dilma
Rousseff, terá uma lista enxuta de opções se decidir, de
fato, nomear uma mulher para comandar a política externa brasileira. Apenas um
quarto dos diplomatas são
mulheres, das quais somente
30 são embaixadoras.
A petista confidenciou a
interlocutores que gostaria
de indicar uma mulher para
o Ministério das Relações Exteriores. Ela revelou também
o seu desejo -não meta- de
que 30% de sua equipe na Esplanada dos Ministérios seja
feminina.
Duas alternativas já circularam com força para suceder Celso Amorim no cargo: o
atual secretário-geral, Antonio Patriota, e o embaixador
na Itália, José Viegas, ex-ministro da Defesa e ligado a José Dirceu.
Ao menos uma aposta feminina já surgiu na equipe
do governo de transição.
Amiga da presidente eleita, a
embaixadora Regina Maria
Dunlop figura hoje como
uma das cotadas.
Ela é a número dois da
missão brasileira na ONU
(Organização das Nações
Unidas). Considerada uma
diplomata de pouca experiência, nunca chefiou uma
missão internacional.
OUTROS NOMES
Há outras cotadas com
igual ou mais força na hierarquia. A mulher considerada
mais poderosa do Itamaraty
é Vera Lúcia Machado, subsecretária-geral de Política,
tem 42 de carreira diplomática. Coleciona em seu currículo cargos de peso: embaixadora no Vaticano e em Nova
Déli, na Índia.
Vera Lúcia é uma entre
duas mulheres a ocupar o
primeiro escalão do ministério, formado por 11 gabinetes. A outra subsecretária é
Maria Edileuza Reis, que não
aparece entre as apostas para
se tornar chanceler no governo Dilma Rousseff.
Três nomes adicionais
também exibem fortes credenciais para o caro.
Uma das cotadas é Maria
Celina de Azevedo Rodrigues, cônsul-geral em Paris.
Ela já foi embaixadora do
Brasil na Colômbia e junto à
União Europeia.
A segunda é Maria Nazareth Farani Azevêdo, ex-chefe de gabinete do ministro
Celso Amorim. Maria Nazareth é representante do Brasil
na ONU em Genebra, e considerada uma das diplomatas
mais experientes.
Atual chefe de gabinete de
Amorim, Maria Laura Rocha
é uma mulher com influência
política. Uma barreira é a falta de experiência como chefe
no exterior.
Sua primeira missão em
alto cargo será a de representar o Brasil na Unesco, função já aprovada pelo Senado.
No ranking de diplomatas
influentes está, ainda, Maria
Luiza Viotti, a primeira embaixadora do Brasil na ONU e
chefe de Dunlop. Foi Viotti
quem representou o Brasil no
voto contra as sanções da
ONU ao Irã.
(JULIANA ROCHA e NATUZA NERY)
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