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Candidata no DF tenta escapar do rótulo de "laranja" do marido
DE BRASÍLIA
Lançada candidata nove
dias antes do primeiro turno,
a campanha de Weslian Roriz (PSC) vive em contradições. Weslian é, ao mesmo
tempo, a principal surpresa
dessa eleição e a continuidade do "jeito Roriz de governar", como defende.
Para evitar o rótulo de
"candidata laranja" do marido, ela diminuiu as aparições
de Joaquim Roriz na campanha. No início, ele chegava a
segurar a candidata pela nuca e assoprar no ouvido o que
dizer. O marido tem também
o costume de interromper as
raras declarações de Weslian
à imprensa.
Depois das críticas, Weslian passou a dizer que tem
ideias próprias. Mas pediu na
Justiça Eleitoral que sejam
mantidos o nome e a foto do
marido nas urnas, para garantir a "segurança técnica"
do sistema.
Para o segundo turno,
Weslian trocou o azul, de Joaquim Roriz, pelo rosa. Aos
poucos, teve que cumprir a
decisão do TRE-DF (Tribunal
Regional Eleitoral), que mandou tirar o marido das peças
de campanha.
Nas ruas, Weslian prioriza
a periferia de Brasília, tradicional reduto eleitoral do marido. Chega de carro ou helicóptero, dá beijos e abraços
nos eleitores e então sobe
num caminhão para distribuir acenos em carreata.
O roteiro se encerra com
uma rápida fala à imprensa,
sempre abstrata. Quando fala ao povo, o sotaque é goiano e a fala é carregada de
emoção. É com essa tática
que pretende virar a eleição.
Na última pesquisa Datafolha, ela aparece com 36% dos
votos válidos, contra 64% de
Agnelo Queiroz (PT).
Mesmo assim, Weslian recusou convites para participar de debates no segundo
turno, depois dos deslizes cometidos naqueles em que
participou.
BLINDADA
Sempre blindada por assessores e algum familiar, ela
evita a imprensa. Na única
entrevista que concedeu, a
candidata admitiu que não
conhecia o plano de governo
que defende.
Weslian, contudo, não vacila na hora de criticar seus
adversários políticos.
Ela afirma que o petista e
adversário ao governo é comunista, ateu e pró-aborto.
Os adversários, porém,
preferem se calar com as críticas de Weslian. Temem que
o sorriso ingênuo da novata
possa causar comoção nos
eleitores.
A última vez que isso aconteceu foi em 1998. Roriz, o
marido, engasgou num debate para falar a palavra "catástrofe". Levou a eleição por
36 mil votos de vantagem.
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