São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Banco de empregos

O apetite do PT assustou a direção do PanAmericano, semanas depois de ter comemorado a venda de parte do banco para a Caixa Econômica Federal. Em e-mails interceptados pela PF, executivos reclamam da demanda para abrigar pessoas ligadas "ao governo e aos políticos com quem fizemos negócio".
Numa dessas mensagens, de janeiro de 2010, o então presidente, Rafael Palladino, queixa-se com Luiz Sandoval, à época o principal executivo do grupo Sílvio Santos. Lamenta que "já tivemos de engolir" uma indicação ("coisa que brigamos muito para não ter") e manifesta o desejo de não repetir a dose.

Q.I. No e-mail, Palladino relata que havia pressões para contratar o ex-presidente do BNDES Demian Fiocca. "O currículo dele é excelente, mas para ser presidente de empresas enormes, e não diretor do banco", reclama.

Padrinhos... Segundo o executivo, entre os que fizeram lobby por Fiocca estava Luis Gushiken, um dos ministros mais influentes do governo Lula até o escândalo do mensalão, que depois viria a atuar como consultor informal do PanAmericano.

...mágicos Palladino defendeu acomodar o indicado como "conselheiro" do banco, mas sugeriu antes "tirar a temperatura" e zelar para "não gerar desconforto com o Guido" -Fiocca é ligado ao ministro da Fazenda.

Eis a questão A sociedade com a Caixa, no final de 2009, deu fôlego ao PanAmericano, que já estava em má situação e viria a quebrar menos de um ano depois. Inquérito da PF investiga o rombo, que ultrapassou R$ 4 bilhões, e a operação de resgate.

Ex-camarada Hoje alvo da ira dos comunistas do Brasil, que enxergam contribuição da Casa Civil no processo de fritura de Orlando Silva, Gleisi Hoffmann já integrou as fileiras do PC do B, sigla na qual iniciou sua carreira política, nos anos 80.

Meia mozzarella... Sem propor cassações ou mesmo advertências, o Conselho de Ética da Assembleia paulista deverá enviar nesta semana ao Ministério Público os relatos colhidos na investigação da conduta do deputado Roque Barbiere (PTB), que denunciou suposto esquema de venda de emendas envolvendo "até 30%" dos colegas.

... meia calabresa O colegiado, controlado pela base de Geraldo Alckmin, encerrará seus trabalhos sem ouvir os depoimentos de Barbiere e do tucano Bruno Covas, deputado licenciado que relatou, em entrevista, ter recebido oferta de propina. Ambos se defenderam por escrito.

Aperitivo O governo paulista convocou representantes de bares, restaurantes e supermercados para audiência hoje, com mediação do Procon. Quer esclarecer eventuais dúvidas sobre a aplicação, a partir de 19 de novembro, da lei que pune estabelecimentos pela venda de bebidas a menores.

De um modo... Na avaliação do entorno de Gilberto Kassab (PSD), Guilherme Afif e Henrique Meirelles personificam dois cenários distintos estudados pelo prefeito paulistano para sua sucessão. Preferido, o vice-governador é o nome posto à mesa para o caso de acordo com os tucanos, projeto que precisa se consolidar até março.

...ou de outro Já o ex-presidente do Banco Central capitanearia uma candidatura "avulsa" do PSD, em coligação com PV, PSC e outras legendas menores. Esse bloco gravitaria na órbita petista tanto no primeiro quanto no segundo turno.


com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

tiroteio

"Nossos comunistas têm motivo para estarem enfezados. Eles já abriram mão da revolução. Agora, querer tirar as carteirinhas e os convênios deles é realmente uma maldade!"
DO TUCANO EDUARDO GRAEFF, secretário-geral da Presidência no governo FHC, sobre a revolta do PC do B diante das denúncias de fraude em convênios entre ONGs e o Ministério do Esporte, controlado pelo partido.

contraponto

Tiro ao álcool

Em solenidade na semana passada durante a qual sancionou lei para tornar mais rigorosa a punição a estabelecimentos que vendam bebidas alcoólicas a menores, Geraldo Alckmin dirigiu-se ao comandante-geral da Polícia Militar, Álvaro Camilo, responsável por um dos núcleos de acompanhamento das blitze:
-Agora é mandar bala!
Ao perceber que deixara o coronel um tanto perplexo, o governador tucano completou:
-Calma! Nada de atirar. Mande bala na fiscalização...


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