São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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Ministro tenta reagir a crise com agenda positiva

Para Planalto, Orlando Silva tem que melhorar imagem se quiser ficar no cargo

Oposição aposta em depoimento de delator de suposto esquema para manter titular do Esporte na berlinda

Sérgio Lima - 21.out.10/Folhapress
Orlando Silva concede entrevista após conversa com Dilma

DE BRASÍLIA

Enquanto a oposição promete manter em alta a temperatura política em torno do ministro Orlando Silva (Esporte), ele tentará desmontar o "gabinete de crise" e dar início a uma agenda positiva.
O primeiro passo nesse sentido será dado amanhã, quando ele pretende ir à Câmara para tratar da Lei Geral da Copa, proposta que tramita em comissão especial.
As últimas duas vezes em que esteve no Congresso foi para dar explicações aos deputados e senadores sobre suspeitas de irregularidades em sua pasta.
O ministro ganhou fôlego na última sexta quando, depois de uma conversa com a presidente Dilma Rousseff, permaneceu no cargo.
Mas sua sobrevida dependerá do arrefecimento da temperatura política, que pode aumentar com o surgimento de novas acusações, e das investigações em órgãos de fiscalização e controle.
O Planalto pediu à Controladoria-Geral da União que verifique todos os contratos e convênios do Esporte para avaliar a versão dada pelo ministro de que teria tomado providências contra irregularidades na pasta.
Na oposição, a expectativa é em torno do comparecimento à Câmara do soldado João Dias Ferreira, delator do suposto esquema de corrupção na pasta, e de Célio Pereira, funcionário de Ferreira.
A Comissão de Fiscalização e Controle aprovou convite para que os dois sejam ouvidos na quarta-feira.
Em outra frente, o PPS vai apresentar requerimento para ouvir o pastor David Castro, que apontou, em entrevista à Folha, a cobrança de 10% de propina sobre o valor do convênio com sua ONG.
O governo vai observar como Orlando conduz sua agenda e espera que ele consiga reconstruir uma imagem que demonstre autoridade para tocar as ações do ministério.
A relação do ministro com a Fifa e a CBF é considerada complicada, o que não necessariamente é visto com maus olhos por Dilma.
Ela tem se irritado com a tentativa das duas entidades de interferir em questões do país e orientou sua equipe a jogar duro. Na semana passada, o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, chegou a "demitir" Orlando ao dizer que iria tratar de Copa do Mundo com outra pessoa.
(NATUZA NERY, FILIPE COUTINHO E BRENO COSTA)


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