São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Agência poupa marido de ministeriável de punição

Empresa de Colin Foster descumpriu contrato com a ANP e não foi punida

Pena poderia variar de advertência à perda de contrato; mulher de Foster é cotada para cargo próximo a Dilma

FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

A empresa do marido de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras e nome cotado para o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff, deixou de cumprir contrato com a ANP (Agência Nacional do Petróleo) e foi poupada de punição.
Mesmo depois de constatar que a C. Foster descumpriu o plano de trabalho inicial para explorar petróleo em Sergipe, a ANP isentou a empresa de punições, justificando que houve "fornecimento tardio" de informações pela Petrobras.
A decisão da ANP foi tomada em novembro de 2007, dois meses depois de Graça, como Maria das Graças Foster é conhecida, assumir diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
Na resolução em que poupou a empresa, a ANP diz que a Petrobras forneceu com atraso "informação relevante e restrições ambientais" para a exploração.
De propriedade de Colin Foster, a C. Foster venceu leilão, em 2005, e assinou contrato com a ANP para explorar uma área inativa na Cidade de Pirambu (SE).
Segundo a Petrobras, as informações com os detalhes da área foram encaminhadas à ANP em abril de 2006, 26 dias depois de a agência ter feito a solicitação.
À Folha a ANP não disse quanto tempo a Petrobras demorou nem o prazo que tinha para fornecer os dados.
Mas, no final de 2007, a diretoria da agência isentou de punição a C. Foster, que desistiu da exploração do local por considerar inviável.
A decisão que cita o fornecimento tardio de dados pela Petrobras e que favoreceu a empresa do marido de Graça foi registrada em ata.
A ANP e a Petrobras negam, porém, que a C. Foster tenha sido beneficiada.
As punições para quem não cumpre contratos e licitações podem variar de advertência à perda de contrato, com multas de R$ 10 mil a R$ 1 milhão.
Na semana passada, a Folha revelou que a C. Foster firmou 42 processos de compra com a Petrobras a partir de 2007, ano em que Graça ganhou cargo de direção na estatal. A Petrobras nega ter favorecido a empresa.
A relação de Graça com a empresa de seu marido já provocou indisposição no governo Lula e foi alvo de sindicância na Petrobras -que diz não ter encontrado provas de improbidade.


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