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Investigado, Anchieta Jr. emprega filho de delegado da PF
Pai do estudante nomeado em RR vai apurar suspeita de compra de votos em favor do governador reeleito; órgão nega favorecimento
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
Responsável pelas investigações dos supostos crimes
eleitorais cometidos pela
campanha do governador
reeleito José de Anchieta Jr.
(PSDB), o superintendente
da Polícia Federal em Roraima, Herbert Gasparini, tem
um filho em cargo de confiança em órgão do governo.
Marcos Eduardo Gasparini
de Magalhães, ainda estudante de direito, foi nomeado
em março deste ano chefe da
seção de análise de benefícios do Iper (Instituto de Previdência de Roraima).
Segundo o governo, pelo
cargo comissionado o estudante recebe cerca de
R$ 800. Para assumi-lo, de
acordo com o governo, não é
preciso concurso nem formação acadêmica, e sim "capacidade" de trabalho.
Marcos Eduardo, também
de acordo com o governo, já
pediu sua exoneração, pois
irá se mudar de Boa Vista.
Procurado, o superintendente preferiu não se pronunciar. A assessoria da PF
no Estado, no entanto, disse
que o estudante conseguiu a
indicação por mérito próprio, e não com sua ajuda.
O Iper já assinou, mas ainda não cumpriu, um acordo
com o Ministério Público Estadual para preencher suas
vagas somente por meio de
concursos públicos.
NÚMERO DOIS
Já Rebeca Gomes Teixeira
-mulher de Alexandre Ramagem, segundo na hierarquia da PF em Roraima- se
beneficiou de um erro jurídico do governo para ter o direito a R$ 660 mil do Estado.
Assim como Gasparini,
Ramagem investigará as suspeitas de compra de voto em
favor do governador Anchieta Jr., suscitadas por gravações reveladas pela Folha na
semana passada. Ele nega.
Delegada da Polícia Civil,
ela entrou com uma ação
contra o Estado de Roraima
para conseguir uma promoção em sua carreira.
Depois de ganhar em primeira instância, conseguiu
confirmar a decisão também
na segunda instância, pois o
governo não anexou os documentos necessários para que
seu recurso fosse ao menos
recebido e julgado pelo Tribunal de Justiça de Roraima.
Embora todos os outros
delegados que entraram com
pedidos idênticos também
tenham ganho em primeira
instância, apenas outra delegada, além da mulher de Ramagem, manteve a decisão
no TJ, disse o governo.
Por 66 dias, a decisão inicial a favor de Rebeca foi
mantida, sem ser de fato
cumprida. Como o juiz estipulou multa diária de R$ 10
mil em favor de Rebeca em
caso de descumprimento, o
erro do Estado deu a ela o direito de receber R$ 660 mil.
Segundo a assessoria da
PF, Ramagem está viajando e
por isso não se pronunciaria.
A reportagem não localizou
Rebeca. A Procuradoria-Geral do Estado negou que o erro tenha sido intencional.
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