São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

CNI cobra reformas de pré-candidatos

Empresários pedirão hoje a Serra, Dilma e Marina a redução dos impostos e a flexibilização das leis trabalhistas

Pauta de reivindicações inclui ainda a agilização da liberação de licenças ambientais para obras, tema delicado para o PV


GABRIELA GUERREIRO
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA

Reunidos em Brasília para sabatinar os principais presidenciáveis, alguns dos maiores empresários do país entregarão hoje a José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) uma lista de reivindicações espinhosas, entre elas duas bandeiras do setor: a redução da carga tributária e a flexibilização das leis trabalhistas.
O evento, patrocinado pela Confederação Nacional da Indústria, será o terceiro encontro dos três presidenciáveis -que já participaram de duas sabatinas promovidas por prefeitos.
A sabatina será mediada pelo jornalista da Folha Fernando Rodrigues.
No documento "A Indústria e o Brasil, uma Agenda para Crescer Mais e Melhor", de 227 páginas, a CNI defende uma série de medidas para o período 2011-2014. Uma das principais é a redução da carga tributária, hoje em torno de 34% do PIB.
"Um sistema tributário de má qualidade, e que arrecada mais de um terço das riquezas geradas no país, tem seus efeitos negativos potencializados", diz o texto.
Ele cita estudo do Banco Mundial segundo o qual a empresa brasileira precisa trabalhar 13 vezes mais para pagar seus tributos do que uma empresa de um país desenvolvido.
Serra e Dilma atuaram em governos que desde 1995 elevaram o peso dos tributos de cerca de 28% a 34% do PIB.
Também na pauta de reivindicações dos empresários está a agilização da liberação de licenças ambientais para obras de infraestrutura, assunto delicado para Marina Silva, que ocupou o Ministério do Meio Ambiente.
Além disso, os empresários pedem a flexibilização e simplificação da legislação trabalhista, tema que encontra resistência nos sindicatos e no PT, reformas tributárias e da Previdência.
Estão também na lista limitação de gastos com custeio, aumento dos investimentos públicos, redução dos juros, desoneração das exportações, aceleração do crescimento da renda per capita e redução da burocracia.
A confederação espera que o presidente eleito cumpra ao menos parte da agenda industrial, incluindo os assuntos espinhosos aos pré-candidatos. "Não é uma agenda corporativa, não pede favores. Corresponde à agenda de modernização do país", disse o presidente da CNI, Armando Monteiro.
Ao insistir em temas como queda dos juros e reforma tributária, Monteiro disse que o objetivo da CNI é manter os assuntos em pauta. A CNI também pede o fim da gratuidade nas universidades públicas, substituindo-a "por bolsas de estudo baseadas no nível de renda e no desempenho do aluno".


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