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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
CNI cobra reformas de pré-candidatos
Empresários pedirão hoje a Serra, Dilma e Marina a redução dos impostos e a flexibilização das leis trabalhistas
Pauta de reivindicações inclui ainda a agilização da liberação de licenças ambientais para obras, tema delicado para o PV
GABRIELA GUERREIRO
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
Reunidos em Brasília para
sabatinar os principais presidenciáveis, alguns dos maiores empresários do país entregarão hoje a José Serra
(PSDB), Dilma Rousseff (PT)
e Marina Silva (PV) uma lista
de reivindicações espinhosas, entre elas duas bandeiras do setor: a redução da
carga tributária e a flexibilização das leis trabalhistas.
O evento, patrocinado pela Confederação Nacional da
Indústria, será o terceiro encontro dos três presidenciáveis -que já participaram de
duas sabatinas promovidas
por prefeitos.
A sabatina será mediada
pelo jornalista da Folha Fernando Rodrigues.
No documento "A Indústria e o Brasil, uma Agenda
para Crescer Mais e Melhor",
de 227 páginas, a CNI defende uma série de medidas para o período 2011-2014. Uma
das principais é a redução da
carga tributária, hoje em torno de 34% do PIB.
"Um sistema tributário de
má qualidade, e que arrecada mais de um terço das riquezas geradas no país, tem
seus efeitos negativos potencializados", diz o texto.
Ele cita estudo do Banco
Mundial segundo o qual a
empresa brasileira precisa
trabalhar 13 vezes mais para
pagar seus tributos do que
uma empresa de um país desenvolvido.
Serra e Dilma atuaram em
governos que desde 1995 elevaram o peso dos tributos de
cerca de 28% a 34% do PIB.
Também na pauta de reivindicações dos empresários
está a agilização da liberação
de licenças ambientais para
obras de infraestrutura, assunto delicado para Marina
Silva, que ocupou o Ministério do Meio Ambiente.
Além disso, os empresários pedem a flexibilização e
simplificação da legislação
trabalhista, tema que encontra resistência nos sindicatos
e no PT, reformas tributárias
e da Previdência.
Estão também na lista limitação de gastos com custeio, aumento dos investimentos públicos, redução
dos juros, desoneração das
exportações, aceleração do
crescimento da renda per capita e redução da burocracia.
A confederação espera
que o presidente eleito cumpra ao menos parte da agenda industrial, incluindo os
assuntos espinhosos aos pré-candidatos. "Não é uma
agenda corporativa, não pede favores. Corresponde à
agenda de modernização do
país", disse o presidente da
CNI, Armando Monteiro.
Ao insistir em temas como
queda dos juros e reforma tributária, Monteiro disse que o
objetivo da CNI é manter os
assuntos em pauta. A CNI
também pede o fim da gratuidade nas universidades públicas, substituindo-a "por
bolsas de estudo baseadas
no nível de renda e no desempenho do aluno".
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