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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Receita investiga quebra de sigilo de dirigente tucano
Corregedoria apurará se declaração fiscal de Eduardo Jorge vazou do fisco
Folha revelou que dados de um dossiê feito por grupo da pré-campanha de Dilma são oriundos dos sistemas do órgão
EDUARDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
A Receita Federal anunciou ontem a abertura de
uma investigação interna para apurar o vazamento do sigilo fiscal do vice-presidente
executivo do PSDB, Eduardo
Jorge Caldas Pereira.
No último sábado, a Folha
revelou que saíram diretamente dos sistemas do fisco
as declarações de bens e renda de Eduardo Jorge que fazem parte do dossiê montado
pelo "grupo de inteligência"
que fez parte da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à
Presidência.
O anúncio da investigação
interna, feito por meio de
uma nota, acontece um dia
após o secretário do fisco,
Otacílio Cartaxo, ter sido
convidado a depor em uma
comissão do Senado, e dois
dias depois de a Polícia Federal também ter anunciado
que investigará o caso.
A PF alegou que assumiu a
competência do caso porque
a União "tem interesse no esclarecimento dos fatos, para
descobrir se esses dados teriam "vazado" do banco de
dados do fisco".
Na nota de ontem, a Receita diz que a investigação interna caberá à Corregedoria-Geral do órgão, que é "reconhecidamente modelo de eficiência na apuração de ilícitos funcionais no serviço público federal".
O texto diz ainda que, se
for comprovado acesso ilegal
de algum servidor a dados
fiscais, o responsável está sujeito a advertência ou a suspensão de até 90 dias.
Se comprovada a quebra
do sigilo, "o responsável estará sujeito a demissão e o caso será encaminhado ao Ministério Público Federal".
DIGITAIS
A Receita informa que sua
política de segurança em relação aos dados fiscais dos
contribuintes está de acordo
com as normas nacionais e
internacionais.
Além disso, o fisco informou na nota que o acesso às
informações é restrito a apenas parte dos funcionários
do órgão, mediante uso de
senha e certificação digital, o
que possibilita a identificação de qualquer servidor que
tenha acessado os dados sem
autorização.
"Todo acesso é monitorado e controlado, sendo possível identificar o usuário, data, hora, sistemas acessados,
rotinas executadas e máquina utilizada."
A Receita Federal também
alegou que as informações
sigilosas somente são disponibilizadas para terceiros
-como polícias e o Ministério Público-, nas situações
previstas em lei.
Quando o caso do dossiê
surgiu, o PT afirmou que a
coordenação da campanha
da candidata Dilma Rousseff
não autorizou, não encomendou e não tomou conhecimento de dossiês.
O partido também solicitou à PF a instauração de um
inquérito, o que foi feito na
terça-feira.
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