São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Receita investiga quebra de sigilo de dirigente tucano

Corregedoria apurará se declaração fiscal de Eduardo Jorge vazou do fisco

Folha revelou que dados de um dossiê feito por grupo da pré-campanha de Dilma são oriundos dos sistemas do órgão


EDUARDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

A Receita Federal anunciou ontem a abertura de uma investigação interna para apurar o vazamento do sigilo fiscal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira.
No último sábado, a Folha revelou que saíram diretamente dos sistemas do fisco as declarações de bens e renda de Eduardo Jorge que fazem parte do dossiê montado pelo "grupo de inteligência" que fez parte da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.
O anúncio da investigação interna, feito por meio de uma nota, acontece um dia após o secretário do fisco, Otacílio Cartaxo, ter sido convidado a depor em uma comissão do Senado, e dois dias depois de a Polícia Federal também ter anunciado que investigará o caso.
A PF alegou que assumiu a competência do caso porque a União "tem interesse no esclarecimento dos fatos, para descobrir se esses dados teriam "vazado" do banco de dados do fisco".
Na nota de ontem, a Receita diz que a investigação interna caberá à Corregedoria-Geral do órgão, que é "reconhecidamente modelo de eficiência na apuração de ilícitos funcionais no serviço público federal".
O texto diz ainda que, se for comprovado acesso ilegal de algum servidor a dados fiscais, o responsável está sujeito a advertência ou a suspensão de até 90 dias.
Se comprovada a quebra do sigilo, "o responsável estará sujeito a demissão e o caso será encaminhado ao Ministério Público Federal".

DIGITAIS
A Receita informa que sua política de segurança em relação aos dados fiscais dos contribuintes está de acordo com as normas nacionais e internacionais.
Além disso, o fisco informou na nota que o acesso às informações é restrito a apenas parte dos funcionários do órgão, mediante uso de senha e certificação digital, o que possibilita a identificação de qualquer servidor que tenha acessado os dados sem autorização.
"Todo acesso é monitorado e controlado, sendo possível identificar o usuário, data, hora, sistemas acessados, rotinas executadas e máquina utilizada."
A Receita Federal também alegou que as informações sigilosas somente são disponibilizadas para terceiros -como polícias e o Ministério Público-, nas situações previstas em lei.
Quando o caso do dossiê surgiu, o PT afirmou que a coordenação da campanha da candidata Dilma Rousseff não autorizou, não encomendou e não tomou conhecimento de dossiês.
O partido também solicitou à PF a instauração de um inquérito, o que foi feito na terça-feira.


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