São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Mercado fala em mudança, mas sem "virada de mesa"

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Mudança, mas sem virada de mesa. Executivos do mercado de capitais viram na indicação da equipe econômica da presidente eleita, Dilma Rousseff, um esforço de renovação, porém, conservando o statu quo longamente testado e aprovado.
Na frente de câmeras e gravadores, o tom é de "escolha técnica" e de "continuidade"; nos bastidores, houve surpresa e perplexidade pela forma como Henrique Meirelles foi "descartado", apesar da segurança que representava à frente do BC.
A troca foi vista como ousada e corajosa, mas também bem calculada e prudente.
Na visão dos executivos, Dilma optou pelo caminho mais seguro possível: Alexandre Tombini, o sucessor que o próprio Meirelles preparara quando cogitava sair do BC para disputar eleição.
"Tombini é extremamente sério; tem perfil bastante técnico", disse Fabio Barbosa, presidente da Febraban e do Banco Santander.
"[A escolha] Marca a aplicação do eficiente conceito administrativo de continuidade e renovação, sem quebra de paradigmas ou viradas de mesa", disse Luiz Trabuco, presidente do Bradesco e também já citado para ocupar o comando do Banco Central.
"O Tombini passou por quase todos os departamentos do BC. É a escolha técnica por excelência", disse Ilan Goldfajn, economista do Itaú e colega de Tombini no BC.
"Precisa mudar para não parecer que continua tudo igual", disse Paulo Francini, diretor da Fiesp.
Os executivos financeiros notaram ainda que o "descarte" de Meirelles inspirou cuidado dos demais integrantes do governo.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse, humildemente, que não estava certo no cargo, mas que pelo menos "não seria demitido" até 31 de dezembro.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernando, falou que recebeu um "convite genérico" para ficar, mas que ainda não tinha um posto.


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