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Projeto cria restrições a pesquisas eleitorais
Pelo texto, institutos teriam de ampliar número de entrevistas a 1 mês do pleito
Diretor do Datafolha diz que regra é inócua pelo ponto de vista técnico e, sob a ótica financeira, inviabiliza pesquisas
DE BRASÍLIA
A Comissão de Ciência e
Tecnologia do Senado aprovou projeto de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que, entre
outras mudanças, estabelece
regras mais duras para a realização de pesquisas eleitorais próximas às eleições
Pelo projeto, as pesquisas
realizadas 30 dias antes do
pleito têm que ouvir pelo menos 0,01% do eleitorado nacional, o que equivale a cerca
de 13 mil eleitores. A maioria
das pesquisas ouve, em média, 4.000 brasileiros.
A regra também vale para
as eleições municipais e pode entrar em vigor em 2012 se
o projeto for aprovado até
meados do ano que vem.
Segundo Mauro Paulino,
diretor-geral do Datafolha, a
regra de ouvir pelo menos
0,01% do eleitorado "praticamente inviabiliza, do ponto de vista financeiro, a realização de pesquisas".
"CENSURA INDIRETA"
Para ele, trata-se de uma
"forma indireta de censurar
esses levantamentos".
Paulino afirma que, do
ponto de vista técnico, a medida é inócua. "Não é o número de entrevistas que garante a qualidade da pesquisa. Se o processo amostral for
inadequado, aumentar o número de entrevistas só vai potencializar possíveis erros."
Ele lembra que, no segundo turno das eleições presidenciais, os institutos acertaram o resultado, dentro da
margem de erro, ouvindo em
média 0,004% do eleitorado
(menos de 6.000 eleitores).
Procurado, o Ibope não se
manifestou porque a diretora
do instituto, Márcia Cavallari, não foi localizada.
OUTROS PONTOS
O projeto também endurece as regras para a inauguração de obras públicas durante o período eleitoral, ao ampliar de três para quatro meses antes do pleito a proibição para que agentes públicos realizem inaugurações.
O projeto reúne mais de 60
artigos rejeitados pela Câmara durante as discussões da
minirreforma eleitoral.
O objetivo de Azeredo é garantir a aprovação das mudanças no Senado. Se os deputados modificarem o projeto, ele retorna para nova
análise dos senadores.
O texto seguiu para análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que vai
analisá-lo em caráter terminativo (sem a necessidade de
ser votado em plenário).
Outra mudança permite
oficialmente o veto à participação de "nanicos" nos debates realizados em rádio, televisão ou internet.
(GABRIELA GUERREIRO)
Colaborou a Reportagem Local
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