São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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Mabel anuncia candidatura na Câmara

Deputado do PR decide disputar presidência da Casa contra Marco Maia (PT) mesmo sem apoio de seu partido

Congressista tentou se reunir com Dilma, mas não teve êxito; governo o aconselhou a não concorrer contra Maia

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

À revelia do Planalto, o deputado Sandro Mabel (PR-GO), da base que apoia o governo, lançou ontem sua candidatura à presidência da Câmara. Ele concorrerá contra Marco Maia (PT-RS), candidato de Dilma Rousseff.
O deputado entrou na disputa apostando no apoio de insatisfeitos com liberações de emendas parlamentares, com a distribuição de cargos e com o voto do baixo clero.
Mabel trabalha ainda para convencer outros partidos -como o PTB- a lançar um terceiro nome, tentando levar a eleição, no dia 1º de fevereiro, ao segundo turno.
"Não estou desafiando o Palácio, apenas colocando a minha candidatura aqui dentro. Minha disposição é fazer com que a Câmara volte a ser o Poder que ela é", afirmou.
O novo candidato não tem o apoio de sua legenda, que declarou que está com Maia.
"A Executiva Nacional está pronta e tem poderes para deliberar sobre o assunto. A decisão será tomada até o dia 31. O deputado Sandro é candidato de si mesmo, não tem o apoio do partido. O candidato do PR é o Marco Maia", disse o ministro Alfredo Nascimento (Transportes), presidente licenciado do PR.
"Minha vontade não pode ser sufocada porque meu partido não quer", disse Mabel. Aliados acham que ele decidiu concorrer por não ter garantias de que continuará relator da reforma tributária.
Antes de fazer o anúncio, o deputado informou os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais) da decisão. Ele tentou um contato com Dilma, mas não foi recebido. Ontem esteve com o ministro Alexandre Padilha (Saúde). Todos o desencorajaram.
O governo teme a repetição de 2005, quando o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) foi eleito após disputa entre petistas. Maia já tem o apoio de 11 partidos e hoje conversa com PV e PTC, que ameaçam formar um bloco com o PTB e lançar candidato. "Há sim a possibilidade da terceira candidatura", disse Nelson Marquezelli (PTB).


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