Candidata do PV equipara escândalos envolvendo Erenice e José Dirceu: "São graves do mesmo jeito, gravíssimos"

Senadora acusa petistas de esconderem caso para blindar Dilma e diz que Serra faz "colagem de promessas" sem critério

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

As denúncias de favorecimento que derrubaram a ministra Erenice Guerra (Casa Civil) mostram que parte do PT não aprendeu com o mensalão, diz a presidenciável Marina Silva, do PV.
Em entrevista à Folha, ela equiparou a gravidade dos dois escândalos, que tiveram seu epicentro no quarto andar do Palácio do Planalto durante o governo Lula.
"Um era mensalão e outro é tráfico de influência. Mas são graves do mesmo jeito. Gravíssimos", afirmou a senadora. "Um ministro [José Dirceu] já tinha caído, e o erro se repete novamente."
Marina acusou o governo de tentar esconder o escândalo para blindar a adversária Dilma Rousseff (PT).
"Não se pode negligenciar os problemas reais, mesmo que isso renda desconforto e perda de popularidade."
Animada com a alta nas últimas pesquisas, ela também mirou em José Serra (PSDB), que se mantém em segundo lugar na disputa.
Disse que o tucano não apresentou um programa de governo e agora faz promessas mirabolantes, às vésperas da eleição: "Não tem critério, o céu é o limite. É assim: "Não subi o suficiente [nas pesquisas]? Então vou prometer mais e mais'".
Marina recebeu a reportagem na noite de quarta-feira, após discutir com aliados a estratégia para a reta final da campanha. Aparentando cansaço, tentou manter o tom otimista e afirmou acreditar numa "onda verde" que a leve ao segundo turno.
Apesar do tom confiante, disse que não ficará triste se o sonho acabar no próximo domingo: "Perder ganhando é quando você sai do processo maior do que entrou".


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