São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

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Presidente do STJ desiste de dar sua versão

Acusado de agressão por ex-estagiário, Ari Pargendler havia dito que falaria ontem sobre o caso, mas não o fez

Ministro disse que vai prestar esclarecimento só à Justiça; estudante afirma que foi demitido por ele sem justa causa

DE BRASÍLIA

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Ari Pargendler, afirmou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que não falará sobre queixa prestada contra ele por um estudante que alega ter sido vítima de agressão física e moral. O ministro se limitará a prestar os esclarecimentos à Justiça.
Na semana passada, Marco Paulo dos Santos, 24, ex-estagiário do tribunal, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal dizendo que foi demitido por Pargendler, sem justa causa, enquanto esperava na fila de um banco nas dependências do STJ.
Na sexta-feira passada, a Folha foi informada que Pargendler falaria ontem sobre o caso, o que não ocorreu. A assessoria do tribunal disse que ele não se manifestaria.
A queixa do estudante foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) -onde Pargendler tem prerrogativa de foro- pelo delegado Laércio Rossetto, da delegacia onde o caso foi registrado.
À Folha Marco Paulo relatou o que disse ter vivenciado: "Eu fui ao banco depositar um cheque e me dirigi a um caixa vazio, mas fui abordado por um agente, explicando que apenas um caixa funcionava", afirmou.
"O terminal estava ocupado por um senhor, que até então eu não sabia quem era. Fiquei esperando na faixa que delimita a distância, pois ali é uma zona de passagem e não poderia ficar mais atrás".
Ele diz que Pargendler olhou para ele e disse: "Quer sair daqui?". "Em tom autoritário, ele mandou eu sair de onde eu estava. Como eu não saí, ele se apresentou: "Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido. Isso aqui para você acabou".
Uma hora depois, segundo ele, chegou a carta com a sua demissão e um suposto aviso de que havia cometido uma "falta gravíssima de respeito", mas que o ocorrido não seria registrado.


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