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MATO GROSSO
Índios libertam 5 funcionários de usina mantidos reféns desde sábado
DE CUIABÁ - Os cerca de 300 índios que invadiram o canteiro
de obras da usina hidrelétrica
de Dardanelos (no noroeste de
Mato Grosso, 976 km de Cuiabá) libertaram na tarde de ontem os cinco funcionários que
eram mantidos reféns no local
desde sábado.
A decisão foi tomada pelos
líderes das 11 etnias que integram o protesto, pouco antes
do início de uma reunião da
qual participaram Funai, Ministério Público Federal e representantes do consórcio
-que é controlado pela Neoenergia (51%) e tem como acionistas a Eletronorte (24,5%) e a
Chesf (24,5%).
Mesmo com a libertação dos
reféns, o impasse entre os índios e o consórcio continuou.
Os índios rejeitaram a proposta de uma reunião em 2 de
agosto, em Brasília, na qual
seriam apresentados o detalhes do PBA (Programa Básico
Ambiental) da usina.
Eles exigem que sejam apresentadas de imediato as compensações -financeiras, inclusive- por impactos ambientais decorrentes da obra,
cuja inauguração está prevista
para o fim do ano.
O administrador da Funai
na região, Antônio Carlos Ferreira de Aquino, disse que "os
índios perceberam que a obra
estava acabando e já ia ser
inaugurada antes que viesse
qualquer compensação".
Jair Tsaibataesi, presidente
da Organização dos Povos Indígenas do Noroeste de MT,
disse que os construtores sempre se negaram a conversar.
Em nota, a Energética
Águas de Pedra se declarou
"surpresa" com a manifestação dos índios. "A hidrelétrica
não tem impactos diretos sobre as comunidades indígenas, [...] não está sendo construída em área indígena ou sobre antigos cemitérios indígenas", diz um trecho.
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