São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2010

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Especialistas criticam falta de discussão

DE SÃO PAULO

Temas que pautam as discussões dos especialistas em segurança foram ignorados pelos candidatos, como a necessidade de mudanças profundas na estrutura das polícias.
Muitos especialistas defendem, por exemplo, a unificação das polícias Civil e Militar -esta faz o policiamento ostensivo e a Civil, as investigações. "Elas não conversam, não trocam informação", diz Paulo Câmara, ex-secretário de Segurança do Pará.
A unificação das polícias exige mudanças na Constituição. O governo federal teria de se mobilizar para aprová-las no Congresso. "E nenhum governador quer perder sua Polícia Militar", completa.
Outra medida urgente, segundo o sociólogo Arthur Trindade Costa, da UnB, é a implantação de contrapartidas aos Estados que queiram verbas federais para a segurança.
Hoje basta que um projeto de presídio, por exemplo, seja aprovado para que o Estado receba verba.
"O governo federal precisa exigir que os Estados tenham ações pelos direitos humanos e informem seus dados de criminalidade. Isso depende da aprovação de lei orgânica no Congresso", explica Costa.
Theodomiro Neto, professor da FGV, lamenta: "Enquanto discutíamos a existência de Deus, deixamos de discutir questões mais prementes".
"É consenso entre especialistas, do meio universitário e da polícia, que o modelo de segurança no país encontra-se esgotado. O que não existe é o que colocar no lugar", diz o sociólogo Renato Sérgio de Lima. (RW e RP)


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