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Especialistas criticam falta de discussão
DE SÃO PAULO
Temas que pautam as
discussões dos especialistas em segurança foram ignorados pelos candidatos,
como a necessidade de
mudanças profundas na
estrutura das polícias.
Muitos especialistas defendem, por exemplo, a
unificação das polícias Civil e Militar -esta faz o policiamento ostensivo e a
Civil, as investigações.
"Elas não conversam, não
trocam informação", diz
Paulo Câmara, ex-secretário de Segurança do Pará.
A unificação das polícias exige mudanças na
Constituição. O governo
federal teria de se mobilizar para aprová-las no
Congresso. "E nenhum governador quer perder sua
Polícia Militar", completa.
Outra medida urgente,
segundo o sociólogo Arthur Trindade Costa, da
UnB, é a implantação de
contrapartidas aos Estados que queiram verbas federais para a segurança.
Hoje basta que um projeto de presídio, por exemplo, seja aprovado para
que o Estado receba verba.
"O governo federal precisa exigir que os Estados
tenham ações pelos direitos humanos e informem
seus dados de criminalidade. Isso depende da aprovação de lei orgânica no
Congresso", explica Costa.
Theodomiro Neto, professor da FGV, lamenta:
"Enquanto discutíamos a
existência de Deus, deixamos de discutir questões
mais prementes".
"É consenso entre especialistas, do meio universitário e da polícia, que o
modelo de segurança no
país encontra-se esgotado.
O que não existe é o que
colocar no lugar", diz o sociólogo Renato Sérgio de
Lima.
(RW e RP)
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