São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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Atitude de isolar Serra em eleição do PSDB foi "indigna", diz aliado

Jutahy acusa Guerra de simular acordo para manter presidência

CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Em mais uma demonstração da disputa partidária, aliados do ex-governador de São Paulo José Serra criticaram ontem o abaixo-assinado em favor da recondução do senador Sérgio Guerra (PE) à presidência do PSDB.
O documento de deputados tucanos foi articulado com aval do ex-governador de Minas, Aécio Neves, depois de telefonema para governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Um dos principais interlocutores de Serra, o deputado Jutahy Magalhães (BA) acusou Guerra de "atitude indigna". Segundo ele, Guerra criou uma ideia de "fato consumado" para induzir o partido, inclusive Alckmin, a aderir ao movimento.
"A atitude do presidente Sérgio Guerra foi indigna e o desqualifica como presidente do partido. Ele passou a ideia de que havia um acordo desrespeitoso da cúpula."
Ele lembrou que Guerra coordenou a campanha presidencial a convite de Serra. "Se Serra estivesse eleito, ele seria o primeiro da fila para ministro". Também acusou Guerra de fomentar a briga interna no partido.

EXTEMPORÂNEA
Um dia depois de divulgado o documento, Alckmin chamou de extemporânea a discussão.
Para aplacar irritação de serristas, o governador de SP chegou a afirmar que apoiaria uma candidatura de Serra para a presidência do PSDB.
"Nem sei se o Serra será candidato a presidente do partido. Mas, se quiser, terá meu integral apoio", disse.
Emissários de Alckmin tentaram minimizar a participação do governador no movimento -endossado por seus aliados, incluindo secretários estaduais- sob o argumento de que tentou dissuadir Guerra.
Segundo relato feito por seus aliados, Alckmin sugeriu que Guerra ouvisse o partido antes de lançar o manifesto. Mas Guerra alegou já ter consultado os demais governadores do PSDB.
Mais tarde, já na reunião, um deputado telefonou para Alckmin. E, como o movimento estava em curso, o governador não o conteve.
O deputado Vaz de Lima (SP), que se recusou a assinar o documento, protestou.
"Isso não foi debatido. Não vou assinar nenhum documento sem discussão."
Em resposta, Guerra alegou que esse se trata "de um movimento de toda a bancada". Ele não quis responder as acusações de Jutahy.


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