São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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Ritmo de financiamentos tem leve queda e BC vê "acomodação"

Governo prevê queda da inadimplência, que preocupa analistas

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O ritmo de novas concessões de crédito recuou em junho, mas há dúvidas se a desaceleração vista até agora será suficiente para esfriar a economia e conter a inflação.
Segundo pesquisa mensal do Banco Central, a expansão do crédito ficou em 20% nos últimos 12 meses encerrados em junho. A taxa aponta para leve queda em relação à medição anterior, quando ficou em 20,4%.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que os efeitos das medidas de restrição ao crédito foram acentuados logo após sua implantação, mas agora houve acomodação.
Nos primeiros seis meses do ano, a oferta de financiamentos cresceu 7,5%. Para o BC, houve desaceleração e a taxa poderá ficar em 15% no fim do ano, expansão considerada ideal pelo governo.
O maior crescimento foi no crédito habitacional (50%). A menor expansão foi nos recursos do BNDES para empresas, de 4%.
A consultoria Tendências diz que há sinais de que os financiamentos continuarão em alta. Para a economista Roberta da Veiga, o BC será obrigado a elevar mais o juro para conter a inflação.
Desde o fim de 2010, a autoridade monetária elevou os juros-referência para financiamentos- de 10,75% ao ano para 12,50%. Além disso, restringiu prazos de alguns financiamento e reduziu o dinheiro disponível nos bancos para empréstimos.
O objetivo é frear o consumo e a inflação. Alguns economistas alertam sobre a existência de uma bolha de crédito -o governo contesta.
A economista diz que as restrições ao consumo atingiram principalmente as linhas de menor risco, o que levou à migração para linhas de crédito mais caras, como cheque especial e cartão de crédito. Por isso, avalia que a inadimplência subirá.
Em junho, a taxa média de juros em financiamentos caiu e a inadimplência ficou estável. A redução nos juros é avaliada como pontual pelo BC e por analistas, que esperam novas altas. Sobre o índice de atrasos nos pagamentos, o governo espera queda.


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