São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Sessão tensa tem troca de acusações entre ministros

DE BRASÍLIA

A sessão do STF foi uma das mais tensas do ano com ministros se atacando a todo momento. Um dos mais exaltados era Gilmar Mendes, contrário à aplicação da Lei da Ficha Limpa em 2010.
Gritando e gesticulando, Mendes chegou a chamar a lei de "barbárie da barbárie" e dizer que a legislação criou regras "que gravitam em torno do nazifascismo". Afirmou também que a lei foi editada para atingir o então candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC).
"Essa lei tem nome, sobrenome e filiação no PT", ao dizer que o trecho da lei que trata de renúncia foi proposto pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT), coordenador da campanha de Dilma Rousseff, na Câmara.
Ao final, Ayres Britto pediu a palavra: "Quero dizer que discordo em gênero número e grau de praticamente todo o raciocínio jurídico do ministro Gilmar Mendes".
Os ministros mostravam-se impacientes. Em determinado momento, Mendes criticou o TSE, dizendo que suas decisões faziam "casuísmo jurisprudencial".
O presidente daquele tribunal, Ricardo Lewandowski disse "repelir com veemência a afirmação".
Em outro momento, quando os ministros discutiam a possibilidade de adiar novamente a sessão, Ellen Gracie pediu ao colega Marco Aurélio para adiantar seu ponto de vista. O colega, então, provocou: "Vossa Excelência está presidindo a sessão?"
Quando a discussão já se encerrava, Mendes voltou à forma como os ministros desempatavam a questão. Lewandowski, então, tentou fazer um aparte, negado por Mendes: "Deixa eu concluir, depois Vossa Excelência pode falar a noite inteira".
O colega reclamou: "Presidente, o ministro critica o TSE. E eu fico aqui calado?"


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