São Paulo, terça-feira, 29 de março de 2011

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Após criticar caixa vazio, Tarso cria 500 novos cargos no RS

Entre as nomeações, 330 são de confiança e 208 serão preenchidas por concursados; foram criadas 5 pastas

Para governo, impacto das novas vagas nas contas estaduais não aprofunda ou atenua problemas financeiros

GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

Em menos de três meses no poder, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), já criou mais de 500 novos cargos na estrutura administrativa do Estado.
Desses, 330 são cargos de confiança, cuja nomeação é feita sem concurso ou, em caso de funcionário já concursado, com gratificação extra. Outros 208 ainda serão preenchidos por concursados no futuro.
Com maioria na Assembleia, Tarso teve aval dos deputados estaduais para expandir o gasto com pessoal.
Sob o petista, o primeiro escalão passou a ter 30 secretários -cinco pastas a mais do que a antecessora, Yeda Crusius (PSDB).
Foram criados, por exemplo, a Secretaria da Mulher e uma versão estadual do Conselho Econômico de Desenvolvimento Econômico e Social, o "Conselhão", do governo federal.
Houve também reajuste dos vencimentos para os comissionados. Outra novidade é a Agência de Desenvolvimento, com seis diretores cujos salários ultrapassam R$ 20 mil por mês.
A elevação dos gastos de pessoal alimentou a artilharia da oposição porque, em janeiro, o governo estadual questionou o ajuste fiscal que foi bandeira política de Yeda, e acusou os tucanos de deixar um caixa vazio.
"Tarso é a figura da incoerência. Tenta desconstruir os avanços das finanças [na gestão de Yeda] e todos os projetos dele até agora foram para aumentar as despesas de pessoal, sobretudo para instrumentalizar politicamente a máquina", diz o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB).

OUTRO LADO
O chefe da Casa Civil do governo Tarso Genro (PT), Carlos Pestana, nega o aparelhamento da máquina pública e diz que o número de cargos ocupados por pessoas sem concurso será de 140.
Os demais postos de confiança criados, segundo ele, serão preenchidos apenas por servidores concursados que já atuam no governo.
O secretário diz que o impacto nas contas públicas será de 0,18% do valor da folha de pagamento -o que não "aprofunda ou atenua" os problemas financeiros.
O governo prevê que as contas devem fechar 2011 R$ 550 milhões no vermelho.
O articulador político de Tarso defendeu o aumento do número de cargos como meio de adequar a máquina pública, que cresceu com a criação de novas pastas, e atacou o governo da antecessora, Yeda Crusius.
"O governo passado não resolveu o deficit financeiro. Ele criou um deficit social."


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