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TRE decide manter Garotinho inelegível
Tribunal julga improcedente recurso de ex-governador do Rio e mantém a cassação do mandato de Rosinha
Casal nega acusação de abuso de poder no pleito de 2008; pré-candidato ao governo, Garotinho depende agora de TSE
HUDSON CORRÊA
DO RIO
O ex-governador Anthony
Garotinho (PR-RJ) sofreu ontem nova derrota no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do
Rio, que confirmou decisão
de maio de torná-lo inelegível até 2011 por abuso de poder econômico nas eleições
de 2008.
O TRE-RJ julgou improcedente o recurso do ex-governador (1999 a 2002). Pré-candidato ao governo do Rio, ele
depende de o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) suspender a sentença para registrar
sua chapa na disputa. O prazo termina no dia 5 e a convenção do partido está marcada para amanhã.
Antes mesmo do julgamento de ontem, Garotinho
já havia recorrido ao TSE com
o argumento de que a "dúvida sobre sua elegibilidade
cria sérios problemas na escolha de seu nome".
Disse ainda que traz "prejuízos irreparáveis à campanha eleitoral", pois seus adversários "certamente sustentarão a incerteza da validade de seus votos".
Se conseguir suspender a
decisão, a candidatura de
Garotinho ainda pode esbarrar na Lei da Ficha Limpa,
que proíbe candidatos com
condenação por um colegiado, como é o caso do TRE.
ROSINHA
Na decisão de ontem, o
TRE-RJ manteve ainda a cassação do mandato da mulher
do ex-governador, a ex-governadora e prefeita de Campos (RJ), Rosinha Garotinho,
tornando-a também inelegível por três anos.
A defesa de Rosinha informou que ela também recorrerá ao TSE para permanecer
no cargo. Pela decisão do
TRE, o presidente da Câmara
Municipal deve assumir imediatamente a prefeitura até
que ocorram novas eleições.
O casal Garotinho é acusado de abuso do poder econômico por supostamente usar
uma rádio e um jornal para
beneficiar a candidatura de
Rosinha em 2008. O ex-governador nega e diz que não
há provas contra ele.
"Nem podem existir porque nem eu nem Rosinha fizemos nada de errado. Foi
um julgamento político para
atender interesses eleitorais.
As impressões digitais do
[governador] Sérgio Cabral
[(PMDB), candidato à reeleição] são flagrantes", afirmou
ontem, na página que mantém na internet.
O TRE e Cabral negam interferência política no julgamento de Garotinho.
Ontem, um grupo de cem
pessoas ligadas a Garotinho
fez manifestação com carro
de som na porta TRE-RJ durante o julgamento. Ao menos 15 policiais militares protegeram a entrada no tribunal. Não houve confronto.
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