São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRE decide manter Garotinho inelegível

Tribunal julga improcedente recurso de ex-governador do Rio e mantém a cassação do mandato de Rosinha

Casal nega acusação de abuso de poder no pleito de 2008; pré-candidato ao governo, Garotinho depende agora de TSE


HUDSON CORRÊA
DO RIO

O ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ) sofreu ontem nova derrota no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, que confirmou decisão de maio de torná-lo inelegível até 2011 por abuso de poder econômico nas eleições de 2008.
O TRE-RJ julgou improcedente o recurso do ex-governador (1999 a 2002). Pré-candidato ao governo do Rio, ele depende de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) suspender a sentença para registrar sua chapa na disputa. O prazo termina no dia 5 e a convenção do partido está marcada para amanhã.
Antes mesmo do julgamento de ontem, Garotinho já havia recorrido ao TSE com o argumento de que a "dúvida sobre sua elegibilidade cria sérios problemas na escolha de seu nome".
Disse ainda que traz "prejuízos irreparáveis à campanha eleitoral", pois seus adversários "certamente sustentarão a incerteza da validade de seus votos".
Se conseguir suspender a decisão, a candidatura de Garotinho ainda pode esbarrar na Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatos com condenação por um colegiado, como é o caso do TRE.

ROSINHA
Na decisão de ontem, o TRE-RJ manteve ainda a cassação do mandato da mulher do ex-governador, a ex-governadora e prefeita de Campos (RJ), Rosinha Garotinho, tornando-a também inelegível por três anos.
A defesa de Rosinha informou que ela também recorrerá ao TSE para permanecer no cargo. Pela decisão do TRE, o presidente da Câmara Municipal deve assumir imediatamente a prefeitura até que ocorram novas eleições.
O casal Garotinho é acusado de abuso do poder econômico por supostamente usar uma rádio e um jornal para beneficiar a candidatura de Rosinha em 2008. O ex-governador nega e diz que não há provas contra ele.
"Nem podem existir porque nem eu nem Rosinha fizemos nada de errado. Foi um julgamento político para atender interesses eleitorais. As impressões digitais do [governador] Sérgio Cabral [(PMDB), candidato à reeleição] são flagrantes", afirmou ontem, na página que mantém na internet.
O TRE e Cabral negam interferência política no julgamento de Garotinho.
Ontem, um grupo de cem pessoas ligadas a Garotinho fez manifestação com carro de som na porta TRE-RJ durante o julgamento. Ao menos 15 policiais militares protegeram a entrada no tribunal. Não houve confronto.


Texto Anterior: Foco: Assessor de Lula acerta bolão e ganha cachaça de Alencar
Próximo Texto: Folha.com
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.