São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2011 |
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Crédito continua em alta apesar de medidas do BC Volume de empréstimos concedidos aumentou 21% nos últimos 12 meses Banco Central espera diminuir o ritmo de expansão da oferta de crédito para 13% até o final deste ano EDUARDO CUCOLO LORENNA RODRIGUES DE BRASÍLIA A oferta de crédito na economia continua crescendo aceleradamente, apesar das medidas que o Banco Central tomou nos últimos meses para contê-la. O volume de empréstimos do setor financeiro representava 46,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em fevereiro, de acordo com um informe divulgado ontem pelo BC. Há um ano, os empréstimos representavam 44,1% do PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. O volume total de empréstimos aumentou 21% nos últimos 12 meses. Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse em audiência no Senado que o ideal seria reduzir esse ritmo para 15% ou menos. Nesta semana o governo anunciou novas medidas para apertar o crédito e combater outros problemas, como a valorização do real frente ao dólar e o crescente fluxo de investimentos estrangeiros. O governo decidiu cobrar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6% sobre empréstimos feitos no exterior com prazo de até um ano, numa tentativa de conter o endividamento de bancos e empresas e frear movimentos especulativos. Como ficou mais barato tomar recursos no exterior, muitos bancos têm usado esse mecanismo para reforçar o caixa e emprestar mais no Brasil, minando os esforços do BC para conter o crédito. Com o novo IOF e medidas anteriores, como aumento da taxa básica de juros, o governo acha que reduzirá o ritmo de crescimento da oferta de crédito dos atuais 21% para 13% até o fim do ano. RISCO CAMBIAL Até agora, apenas operações com prazo de até 90 dias pagavam 5,38% de imposto. Combinada com os juros mais baixos no exterior, a falta de tributação estimulava a captação externa. Nas contas da equipe econômica, quem usava a artimanha terá agora que manter o dinheiro no país por nove meses para compensar a cobrança do imposto. De janeiro até o início dessa semana, os ingressos de curto prazo no país, sem descontar as saídas, somaram US$ 38 bilhões. Espera-se que a medida contenha o endividamento externo e reduza o risco cambial das companhias. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o IOF não afeta empréstimos para investimento, de prazo maior. A revisão na alta dos empréstimos em 2011 também está ligada à expectativa de crescimento menor no crédito subsidiado, principalmente do BNDES, e de financiamentos habitacionais. A previsão caiu de 23% para 19%. No crédito sem subsídio, recuou de 12% para 11% Os financiamentos bancários a empresas e consumidores somaram R$ 1,74 trilhão em março. Se a expansão menor dos empréstimos se confirmar, a relação crédito/PIB deve passar dos atuais 46,5% para inéditos 48%. Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: Globalização da ciência Próximo Texto: Ana de Hollanda elogia projeto de Bethânia, mas evita falar de valor Índice | Comunicar Erros |
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