Candidata diz que crescimento permitiria cumprir meta de superavit, mas Tesouro revela dado em baixa em maio

Especialistas preveem superavit de só 2,5% do PIB neste ano, e não de 3,3%, como declarou a candidata à Presidência

GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma previsão pouco realista da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, a respeito do desempenho das contas do governo Lula neste ano foi posta em xeque em menos de 24 horas.
No programa "Roda Viva", da TV Cultura, gravado na noite de anteontem, Dilma disse que a alta da arrecadação, impulsionada pelo crescimento econômico, permitirá cumprir, com folga, a meta de superavit primário -a parcela da receita poupada para reduzir a dívida pública.
A receita, afirmou, será suficiente até para reforçar o Fundo Soberano, criado no ano retrasado para absorver a poupança extra do governo: "Neste ano, fazendo superavit primário de 3,3 [% do Produto Interno Bruto], que é um alto superavit primário, nós vamos ter um aumento da arrecadação e vamos ter também uma apropriação disso pelo Fundo Soberano".
Na manhã de ontem, o Tesouro Nacional divulgou que houve deficit primário no mês passado, porque as despesas têm crescido tanto quanto as receitas. Os especialistas preveem um superavit de apenas 2,5% do PIB neste ano.
O governo federal ainda afirma acreditar no cumprimento da meta, mas não chega ao ponto de falar em uma sobra adicional.


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