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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Servidora do Senado pede voto para Marina
Questionada sobre o possível uso da máquina na campanha, senadora anunciou a exoneração de sua assessora
Em Bauru, assessora distribui cartões do Senado e pede empenho de pastores evangélicos na campanha verde
BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A BAURU (SP)
A candidata do PV ao Planalto, Marina Silva, usou
uma assessora lotada em seu
gabinete no Senado para pedir votos e negociar o apoio
de pastores evangélicos.
Uma das aliadas mais próximas da presidenciável, Jane Maria Vilas Boas a representou ontem em ato com religiosos em Bauru (SP).
Questionada sobre o possível uso da máquina pública, Marina anunciou a demissão da funcionária (leia
texto ao lado).
Nomeada sem concurso
em maio de 2008, Jane comandou uma reunião com
cerca de 70 religiosos na cidade do interior paulista, onde a senadora passou o dia.
Segundo participantes,
ela cobrou engajamento na
eleição e disse que o pastor
que reunir 300 apoiadores
receberá uma ligação de Marina em agradecimento.
A assessora exibiu pesquisas eleitorais e anunciou a
criação de um site para fiéis
que apoiarão Marina. Distribuiu cartões de visita com o
brasão do Senado e os telefones do gabinete em Brasília.
Após o encontro, a senadora chegou ao templo para
uma reunião pública com os
pastores, em que voltou a
condenar o casamento gay e
disse defender a união civil
de homossexuais. Ela é fiel
da Assembleia de Deus.
À tarde, Marina foi a um
hospital público que atende
crianças com deformações
congênitas.
Acompanhada por uma
claque uniformizada com camisetas e adesivos de sua
campanha, ela passou uma
hora e 45 minutos no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP,
conhecido como Centrinho.
A senadora foi ciceroneada pelo médico Raul Gonçalves, candidato a deputado federal pelo PV, que disse estar
licenciado do hospital. Cerca
de 30 pessoas a acompanharam, entre assessores, militantes e candidatos da sigla.
Com aval da diretora hospitalar Maria Irene Bachega,
a comitiva percorreu áreas
reservadas a crianças deficientes e chegou a obstruir
corredores e a sala de espera.
A diretora incentivou servidoras a tirarem foto com
Marina. A Folha ouviu conversa em que uma assessora
de Marina se disse constrangida com a situação.
A lei eleitoral proíbe "veiculação de propaganda de
qualquer natureza" em imóveis públicos ou de uso comum. A multa prevista é de
R$ 2.000 a R$ 8.000.
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