São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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Parabólica cria "limbo" do horário eleitoral

Parte dos donos dos equipamentos mora num Estado, mas vê propaganda de outro

DE SÃO PAULO
DE BELO HORIZONTE

A professora Eti Cruz, 37, mora em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, e mal sabe quem são os candidatos a governador de Minas. Mas reconhece políticos de São Paulo que aparecem na TV e até diz "credo" dependendo de quem surge na tela.
Assim como em outras 15 milhões de casas pelo país, na dela o sinal de TV é captado por antena parabólica.
A maior parte desses brasileiros fica em um "limbo" na época do horário eleitoral gratuito na televisão.
Como a programação captada tem origem em outros Estados, principalmente São Paulo, eles não têm como acompanhar as propagandas dos candidatos locais.
A região com maior concentração de parabólicas é o Sudeste, com 6 milhões de aparelhos. No Sul e no Centro-Oeste, 34% dos lares têm o equipamento.
Os dados são de pesquisa de 2009 feita pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, associação privada sem fins lucrativos. O total de eleitores é de 135 milhões.
Em áreas rurais ou em pequenas cidades, onde não há estrutura de retransmissão das grandes emissoras, é o único jeito de assistir TV.
No maior Estado em área territorial, o Amazonas, até DVDs com programas eleitorais são enviados para comunidades onde o sinal de TV só chega por parabólica.
Hiel Levy, do PMDB do Estado, diz que a propaganda é enviada a moradores ligados ao partido, que têm a missão de exibi-la em telões.
Para ele, recursos como esse e a internet estão ajudando a suprir a dificuldade das campanhas em áreas isoladas. Até o início da década, diz, a propaganda tinha que ser "primitiva", com mais equipes de cabos eleitorais.
Outra saída, afirma, é reforçar a campanha no rádio.
Em Mato Grosso, Paulo Leite, da campanha do DEM no Estado, diz que a internet passa a ter um peso maior.
(FELIPE BÄCHTOLD, ESTELITA HASS CARAZZAI E RODRIGO VIZEU)


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