São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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Suplentes podem ser um terço do Senado

Hipótese leva em conta candidatos a senador que, após eleitos, devem deixar o cargo no próximo mandato

Além deles, são sete os atuais senadores que concorrem a governador e aparecem em primeiro nas pesquisas eleitorais

ANDREZA MATAIS
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Símbolo da falta de prestígio e força do Congresso no governo Lula, a bancada de suplentes deverá crescer no Senado -justamente a Casa que é considerada prioritária por governistas e oposicionistas nestas eleições.
Sete senadores no meio do mandato que concorrem a governador aparecem à frente nas pesquisas. Se somados aos nomes que são cotados para assumir cargos no Executivo a partir de 2011 e àqueles que já anunciaram interesse de disputar as eleições 2012 e 2014, os "sem-voto" poderão chegar a 25 (quase um terço dos 81 senadores).
A atual legislatura foi marcada pelo número recorde de suplentes -20, maior que a bancada do PMDB. Hoje, são 16 -todos encerram seus mandatos neste ano.
Esses "reservas" foram colocados em cargos estratégicos em CPIs e comissões, como as de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, e protagonizaram cenas que ajudaram o Senado a mergulhar numa crise em 2009.
Foi um suplente que o PMDB indicou para comandar o Conselho de Ética quando o presidente da Casa, José Sarney (PMDB), enfrentava sete denúncias por quebra do decoro. Paulo Duque defendeu o colega: "Eu mesmo empreguei mais de 5.000 pessoas nesses anos de vida pública. O empreguismo tem de ser elevado".
Segundo suplente, Duque ganhou quase quatro anos de mandato graças à renúncia de Sérgio Cabral (PMDB), que trocou o Senado pelo governo do Rio de Janeiro.
Outro suplente, João Pedro (PT), foi escolhido para presidir a CPI da Petrobras, fonte potencial de incômodos ao Planalto. Ele não se importou em concluir os trabalhos sem investigar nada.
"A melhor coisa do mundo é ser suplente, é como estar no paraíso", disse Wellington Salgado (PMDB-MG), da tropa de choque governista.
Nestas eleições, tornou-se obrigatório que o titular divulgue no material de campanha os suplentes, que também aparecerão na urna. A novidade fez com que muitos sem-voto saíssem da sombra.
O PT chegou a fazer eleição interna para definir quem ocuparia essas vagas, tradicionalmente destinadas a parentes e financiadores de campanha. Em Pernambuco, Humberto Costa (PT) teve de aceitar como suplente o adversário Joaquim Francisco (PSB), ex-PFL.
O primeiro suplente de Aécio Neves (PSDB-MG), Elmiro Nascimento (DEM) espera assumir o mandato mais adiante. "Daqui a quatro anos, Aécio pode disputar o governo de Minas ou a Presidência." Mas a cadeira pode sobrar para o segundo suplente, Tilden Santiago (PSB), pois Nascimento tende a disputar a Prefeitura de Patos em 2012.


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