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Suplentes podem ser um terço do Senado
Hipótese leva em conta candidatos a senador que, após eleitos, devem deixar o cargo no próximo mandato
Além deles, são sete os atuais senadores que concorrem a governador e aparecem em primeiro nas pesquisas eleitorais
ANDREZA MATAIS
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Símbolo da falta de prestígio e força do Congresso no
governo Lula, a bancada de
suplentes deverá crescer no
Senado -justamente a Casa
que é considerada prioritária
por governistas e oposicionistas nestas eleições.
Sete senadores no meio do
mandato que concorrem a
governador aparecem à frente nas pesquisas. Se somados
aos nomes que são cotados
para assumir cargos no Executivo a partir de 2011 e àqueles que já anunciaram interesse de disputar as eleições
2012 e 2014, os "sem-voto"
poderão chegar a 25 (quase
um terço dos 81 senadores).
A atual legislatura foi marcada pelo número recorde de
suplentes -20, maior que a
bancada do PMDB. Hoje, são
16 -todos encerram seus
mandatos neste ano.
Esses "reservas" foram colocados em cargos estratégicos em CPIs e comissões, como as de Agricultura e de
Ciência e Tecnologia, e protagonizaram cenas que ajudaram o Senado a mergulhar
numa crise em 2009.
Foi um suplente que o
PMDB indicou para comandar o Conselho de Ética
quando o presidente da Casa, José Sarney (PMDB), enfrentava sete denúncias por
quebra do decoro. Paulo Duque defendeu o colega: "Eu
mesmo empreguei mais de
5.000 pessoas nesses anos de
vida pública. O empreguismo tem de ser elevado".
Segundo suplente, Duque
ganhou quase quatro anos
de mandato graças à renúncia de Sérgio Cabral (PMDB),
que trocou o Senado pelo governo do Rio de Janeiro.
Outro suplente, João Pedro (PT), foi escolhido para
presidir a CPI da Petrobras,
fonte potencial de incômodos ao Planalto. Ele não se
importou em concluir os trabalhos sem investigar nada.
"A melhor coisa do mundo
é ser suplente, é como estar
no paraíso", disse Wellington Salgado (PMDB-MG), da
tropa de choque governista.
Nestas eleições, tornou-se
obrigatório que o titular divulgue no material de campanha os suplentes, que também aparecerão na urna. A
novidade fez com que muitos
sem-voto saíssem da sombra.
O PT chegou a fazer eleição interna para definir
quem ocuparia essas vagas,
tradicionalmente destinadas
a parentes e financiadores de
campanha. Em Pernambuco,
Humberto Costa (PT) teve de
aceitar como suplente o adversário Joaquim Francisco
(PSB), ex-PFL.
O primeiro suplente de Aécio Neves (PSDB-MG), Elmiro
Nascimento (DEM) espera assumir o mandato mais adiante. "Daqui a quatro anos, Aécio pode disputar o governo
de Minas ou a Presidência."
Mas a cadeira pode sobrar
para o segundo suplente, Tilden Santiago (PSB), pois
Nascimento tende a disputar
a Prefeitura de Patos em 2012.
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