São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2010

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Edir Macedo defende Dilma sobre aborto

Candidata, que tem sido alvo de críticas de católicos e evangélicos, recebeu ontem apoio de líderes religiosos

Na TV, presidente Lula diz que Dilma, assim como ele em 2002, é vítima de ataques do "submundo da política"

Sergio Lima/Folhapress
Reunião entre líderes religiosos e a candidata petista, Dilma Rousseff, que foi realizada na manhã de ontem, em Brasília

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

A três dias da eleição, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, recebeu ontem apoio de líderes religiosos, com os quais se reuniu pela manhã, em Brasília.
À tarde o dono da Rede Record e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, publicou na internet uma carta em defesa de Dilma.
Líder nas pesquisas, Dilma é alvo de ataques de católicos e evangélicos sob a acusação de que defende o aborto.
Na carta, Macedo diz que a petista é vítima de mentiras e acusou autores de spam de fazer "o jogo do diabo".
"O Senhor Jesus não precisa de advogados, nem de assessores de comunicação que saiam em "defesa" de Seu Nome. Ele precisa de verdadeiros cristãos, que entendam, vivam e preguem a Verdade", escreveu Macedo.
Além de se reunir com líderes religiosos, a campanha da petista atuou em outra frente, quando começou a divulgação de gravação do presidente Lula em que ele diz que Dilma é vítima do mesmo ataque "do submundo da política" do qual ele teria sido alvo em 2002.
"Estou vendo acontecer com Dilma o que aconteceu comigo no passado, quando pessoas saíram do submundo da política mentindo a meu respeito, dizendo que iria fechar as igrejas, mudar a cor da bandeira", afirma Lula no comercial.

FRASE DE LULA
"Ganhei as eleições e o que aconteceu? Mais liberdade religiosa, mais respeito à vida, mais democracia, mais comida na mesa, melhor salário. Isso foi o que eu fiz pelo Brasil e é isso que Dilma vai continuar fazendo."
Depois de se reunir com os religiosos, Dilma usou o mesmo termo que o presidente -"submundo da política"- e reafirmou ser pessoalmente contrária ao aborto e que não proporá medida para mudar a legislação, que hoje permite a prática somente em casos de estupro e risco de vida para a mãe.
Na campanha, ela disse diversas vezes que o assunto tem que ser tratado como sendo de saúde pública.
"Acho que tem de haver a descriminalização do aborto. No Brasil, é um absurdo que não haja, até porque nós sabemos em que condições as mulheres recorrem ao aborto", disse em sabatina à Folha, em outubro de 2007.
Questionada, sua assessoria respondeu que Dilma "reconhece que milhares de mulheres pobres praticam o aborto em condições bárbaras, correm risco de vida, morrem, e a essas mulheres tem que ser dada proteção, e é nesse sentido que ela defende o aborto como questão de saúde pública".

"EM VÃO"
No encontro com os religiosos, a petista também desmentiu que tenha dito que nem Jesus Cristo lhe tira a vitória. A candidata disse que como cristã "jamais usaria o nome de Cristo em vão". "Eu acho isso um absurdo, uma calúnia, uma vilania contra mim", afirmou.
Após se reunir com os religiosos, Dilma recebeu o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), que chegou de carro oficial à casa da candidata, às 16h40, e ficou dez minutos. O ministro disse que estava de passagem.
Cartilha elaborada pela AGU (Advocacia Geral da União) afirma que é vedado "usar materiais ou serviços gerais custeados pelos governos", como "uso de transporte oficial para locomoção a evento eleitoral".


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