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Edir Macedo defende Dilma sobre aborto
Candidata, que tem sido alvo de críticas de católicos e evangélicos, recebeu ontem apoio de líderes religiosos
Na TV, presidente Lula diz que Dilma, assim como ele em 2002, é vítima de ataques do "submundo da política"
Sergio Lima/Folhapress
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Reunião entre líderes religiosos e a candidata petista, Dilma Rousseff, que foi realizada na manhã de ontem, em Brasília
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
A três dias da eleição, a
candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, recebeu
ontem apoio de líderes religiosos, com os quais se reuniu pela manhã, em Brasília.
À tarde o dono da Rede Record e fundador da Igreja
Universal do Reino de Deus,
Edir Macedo, publicou na internet uma carta em defesa
de Dilma.
Líder nas pesquisas, Dilma
é alvo de ataques de católicos
e evangélicos sob a acusação
de que defende o aborto.
Na carta, Macedo diz que a
petista é vítima de mentiras e
acusou autores de spam de
fazer "o jogo do diabo".
"O Senhor Jesus não precisa de advogados, nem de assessores de comunicação
que saiam em "defesa" de
Seu Nome. Ele precisa de verdadeiros cristãos, que entendam, vivam e preguem a Verdade", escreveu Macedo.
Além de se reunir com líderes religiosos, a campanha
da petista atuou em outra
frente, quando começou a divulgação de gravação do presidente Lula em que ele diz
que Dilma é vítima do mesmo ataque "do submundo da
política" do qual ele teria sido alvo em 2002.
"Estou vendo acontecer
com Dilma o que aconteceu
comigo no passado, quando
pessoas saíram do submundo da política mentindo a
meu respeito, dizendo que
iria fechar as igrejas, mudar a
cor da bandeira", afirma Lula
no comercial.
FRASE DE LULA
"Ganhei as eleições e o que
aconteceu? Mais liberdade
religiosa, mais respeito à vida, mais democracia, mais
comida na mesa, melhor salário. Isso foi o que eu fiz pelo
Brasil e é isso que Dilma vai
continuar fazendo."
Depois de se reunir com os
religiosos, Dilma usou o mesmo termo que o presidente
-"submundo da política"-
e reafirmou ser pessoalmente contrária ao aborto e que
não proporá medida para
mudar a legislação, que hoje
permite a prática somente
em casos de estupro e risco
de vida para a mãe.
Na campanha, ela disse diversas vezes que o assunto
tem que ser tratado como
sendo de saúde pública.
"Acho que tem de haver a
descriminalização do aborto.
No Brasil, é um absurdo que
não haja, até porque nós sabemos em que condições as
mulheres recorrem ao aborto", disse em sabatina à Folha, em outubro de 2007.
Questionada, sua assessoria respondeu que Dilma "reconhece que milhares de
mulheres pobres praticam o
aborto em condições bárbaras, correm risco de vida,
morrem, e a essas mulheres
tem que ser dada proteção, e
é nesse sentido que ela defende o aborto como questão
de saúde pública".
"EM VÃO"
No encontro com os religiosos, a petista também desmentiu que tenha dito que
nem Jesus Cristo lhe tira a vitória. A candidata disse que
como cristã "jamais usaria o
nome de Cristo em vão". "Eu
acho isso um absurdo, uma
calúnia, uma vilania contra
mim", afirmou.
Após se reunir com os religiosos, Dilma recebeu o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), que chegou de
carro oficial à casa da candidata, às 16h40, e ficou dez
minutos. O ministro disse
que estava de passagem.
Cartilha elaborada pela
AGU (Advocacia Geral da
União) afirma que é vedado
"usar materiais ou serviços
gerais custeados pelos governos", como "uso de transporte oficial para locomoção a
evento eleitoral".
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