São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 2011

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Oposição usa crise para pedir apurações e marcar presença

Com 87 deputados, PSDB e DEM recorrem ao TCU e à Procuradoria para investigar denúncias

ANDREZA MATAIS
MARIA CLARA CABRAL

DE BRASÍLIA

Nas últimas semanas foram ao Congresso o delator do esquema de corrupção no Ministério do Esporte e dois ministros para explicar denúncias de corrupção. Um projeto de interesse do Executivo levou nove horas para ser aprovado e, pela primeira vez, um ministro no cargo passou a ser investigado.
Num Legislativo dominado pelos aliados do governo Dilma Rousseff, a oposição, reduzida a quase metade do que era no governo Lula, tem conseguido pautar o debate político se aproveitando de cochilos ou de interesses contrariados de governistas. Com apenas 87 deputados, ante 426 governistas, a atual oposição é a menor enfrentada pelo PT desde que o partido assumiu o poder em 2003.
Uma das táticas usadas pelo PSDB, PPS e PSOL é recorrer a órgãos externos. Esses partidos já encaminharam 180 pedidos de investigação ou informação ao Ministério Público, TCU (Tribunal de Contas da União) e Conselho de Ética da Presidência.
Foi a partir deles que o Ministério Público Federal decidiu investigar por improbidade o ex-ministro Pedro Novais (Turismo) e o então ministro Orlando Silva (Esporte), ambos envolvidos em denúncias de irregularidades. A oposição ainda aguarda resposta para pedidos de investigação contra José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, Jorge Hage (CGU) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), entre outros.

BLINDAGEM FALHA
Há 298 pedidos para que ministros se expliquem no Congresso ou por documentos. Muitos são repetidos para tentar driblar a blindagem da maioria governista.
A falta de reação dos governistas já provocou indignação na presidente Dilma Rousseff, que cobrou da base a defesa de seus ministros nas audiência públicas.
"Se não fosse o papel da oposição de não deixar a poeira baixar, todos os ministros estariam no cargo ainda", afirma o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP). "Os ministros não caíram por causa deles de jeito nenhum. Não teve uma denúncia sequer que foi apresentada pela oposição", afirma o líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Com estruturas reduzidas, a oposição montou QGs para passar uma lupa nos projetos de interesse do governo. PPS e PSDB também montaram plantões nos fins de semana.


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