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Mídia internacional disseca legado e prevê "sombra" sobre sucessora
Reportagens analisam 8 anos do governo e situação econômica
DE SÃO PAULO
Uma sombra para Dilma
Rousseff. A imagem de um
novo mundo em que não há
nenhuma superpotência imprescindível. Extraordinário
como Nelson Mandela.
A mídia internacional está
aos pés de Lula, que amanhã
deixa o poder depois de oito
anos no Palácio do Planalto.
Nos últimos 15 dias, reportagens publicadas no exterior analisam o legado do
presidente que passa a faixa
para a sucessora com "87%
de aprovação popular", como a esmagadora maioria
dos textos ressalta num misto de admiração e assombramento.
Blogueiros do "El País", da
Espanha, Luis Bassets e Ramón Lobo estão na linha de
frente do deslumbramento.
O primeiro é quem faz a
comparação entre Lula e
Mandela, cuja liderança ajudou a pôr fim ao regime do
apartheid na África do Sul.
"Numa época em que o poder corrompe e os que o ocupam decepcionam os eleitores, Lula é extraordinário.
Como Nelson Mandela."
Analistas preveem dificuldades para Dilma especialmente no campo econômico.
"É pouco provável que Dilma Rousseff consiga se livrar
tão cedo da sombra do ex-presidente", escreve a revista
semanal "The Nation", revista mais antiga dos EUA.
Segundo a Bloomberg,
confrontada com a "inflação
mais alta dos últimos 23 anos
e um crescente deficit orçamentário", Dilma estaria encontrando dificuldades para
convencer investidores externos de que pode sustentar
o crescimento econômico registrado nos anos Lula.
Em editorial, o francês "Le
Monde" amplia a perspectiva
de problemas para Dilma,
afirmando que a obra de Lula
está inacabada -é onde, segundo o diário, repousam os
maiores desafios da presidente que assume amanhã.
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