Câmara estuda medidas contra 4 vereadores

O presidente da Câmara de Ribeirão, Nicanor Lopes (PSDB), disse que avaliará medidas contra quatro vereadores que, após votarem pela cassação de Oliveira Júnior (ex-PSC), deram "munição" para o colega questionar na Justiça a CP (Comissão Processante) que o tirou da Casa.

Oliveira foi cassado em 1º de outubro sob acusação de desacato a policiais. Com plateia lotada, a votação foi unânime e favorável ao relatório da CP que viu quebra de decoro do ex-parlamentar.

Nos bastidores, porém, Cícero Gomes (PMDB), Walter Gomes (PR), Saulo Rodrigues (PRB) e Coraucci Netto (PSD) assinaram declarações de que viram Oliveira dias antes da sessão de cassação.

A defesa do ex-vereador na Justiça afirma não ter havido chances de defesa durante o processo e baseia-se no fato de que a CP não o encontrou para fazer a notificação pessoalmente, por meio de procurador nomeado pela Casa.

"Eu me senti traído. Se eles se encontraram com o Oliveira, deveriam ter interferido no processo", disse Nicanor.

Oliveira não quis comentar o assunto, mas disse que fará uma entrevista coletiva durante a semana e vai apontar outras pessoas que também o viram durante a CP. "Quem assinou a declaração não foi covarde, mas outros foram."

As declarações estão nos autos do processo na Justiça desde outubro, mas não deram resultado até agora. A Justiça de Ribeirão Preto negou, em outubro, o pedi de liminar de Oliveira para anular a cassação.

O entendimento do Judiciário foi o de que o parlamentar tinha conhecimento do andamento da CP, já que juntou diversos documentos sobre o assunto aos autos. Oliveira entrou com recurso e o caso agora está no TJ (Tribunal de Justiça) em SP.

Os vereadores Cícero e Walter Gomes confirmam que se encontraram com Oliveira. Eles afirmaram, porém, que não sabiam que o colega usaria as declarações para se defender na Justiça.

Já os vereadores Coraucci e Saulo não foram encontrados pela Folha para comentar o assunto no fim de semana.