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Caso Cohab-RP não avança na Seccional

Há uma semana, apuração de suposta fraude na entrega de casas populares na cidade foi transferida para a delegacia

Prefeita, que nega envolvimento no caso, será chamada para ser ouvida, mas data ainda não foi marcada

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Desde que foi transferida para a Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, a investigação sobre suposta fraude na entrega de casas populares na cidade não avançou.

O inquérito foi passado para a Seccional porque a prefeita Dárcy Vera (PSD) foi envolvida nas suspeitas por uma das investigadas -a transferência é praxe quando a denúncia envolve políticos com mandato.

Enquanto a investigação corria pelo 4º DP (Distrito Policial), em duas semanas, suspeitas deram depoimentos, foi pedida quebra de sigilo telefônico à Justiça e advogados das investigadas relacionaram 200 pessoas que deram até R$ 3.000 para se beneficiar da suposta fraude.

A responsabilidade passou para a Seccional há uma semana e, ao menos até agora, apenas foi nomeado o titular do inquérito, que será o delegado Marco Antônio Sales, indicado pelo seccional, Adolfo Domingos da Silva Júnior.

A Folha perguntou ontem se algum novo depoimento foi colhido desde então, ou se nova prova foi adicionada. A resposta do setor de comunicação da Seccional foi "não".

A polícia ainda não marcou a data para o depoimento de Dárcy ou de diretores da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) e da Cohab-RP (Companhia Habitacional Regional).

Os imóveis "prometidos" pelas suspeitas às pessoas que pagavam foram cons-

truídos pela CDHU para inscritos na Cohab-RP.

A Seccional informou em nota que o delegado Sales está "analisando o inquérito". Segundo a delegacia, esse trabalho inclui a verificação das provas já colhidas e das que poderão ser apresentadas.

Ainda segundo a nota da Seccional, tanto a prefeita Dárcy quanto testemunhas indicadas por ela serão ouvidas. Também devem ser ouvidas as pessoas relacionadas na lista apresentada por uma das suspeitas ao 4º DP.

O cronograma para os trabalhos, no entanto, ainda não foi definido, segundo a comunicação da Seccional.

O CASO

Tudo começou no dia 8, quando Marta Aparecida Mobiglia, 45, e Maria Rosa Lopes Ferreira, 57, foram levadas ao 4º DP sob suspeita de estelionato. Elas prometiam "furar" sorteios de casas mediante pagamento de até R$ 3.000.

Uma semana depois, no primeiro depoimento colhido, Marta disse que o dinheiro era enviado a Dárcy e que Marli Vera, irmã da prefeita, era intermediária.

Dois dias depois, o 4º DP recebeu 200 nomes de pessoas que pagaram para "furar a fila" dos sorteios. No segundo depoimento, Maria não falou em Dárcy, mas disse que o dinheiro era enviado a "alguém" da prefeitura. A prefeita nega envolvimento dela e da irmã no caso.

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