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Arqueólogos mapeiam antigo cemitério

Grupo vai realizar estudos sobre os costumes e as condições de vida da população de Araraquara no século 19

No lugar onde hoje está uma escola estadual, funcionou, em meados de 1840, o primeiro cemitério da cidade

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A partir de um esqueleto humano encontrado em abril, um grupo de arqueólogos vai realizar um estudo inédito sobre o primeiro cemitério municipal de Araraquara.

Os restos mortais foram descobertos por operários durante escavação na escola estadual Antônio Joaquim de Carvalho, conhecida como Anjoca, construída em cima do cemitério, que funcionou em meados de 1840.

Depois de sete meses, um grupo multidisciplinar formado por quatro pesquisadores teve autorização do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), publicada no "Diário Oficial do Estado" na última semana, para a retirada emergencial da ossada.

"Essa pesquisa é importante porque poderemos compreender um momento da história de Araraquara", afirmou o arqueólogo Robson Rodrigues.

A pesquisa deverá apontar informações até então pouco conhecidas da cidade, como que tipo de população foi enterrada no local e as condições sanitárias da época.

"Num primeiro momento, iremos realizar uma análise bioantropológica para entender qual foi o momento da história em que essa pessoa viveu, o sexo, como eram feitos os sepultamentos, entre outras informações", disse.

Os métodos para a retirada da ossada, prevista para a segunda quinzena de janeiro, e a forma como vai se dar o manuseio ainda são analisados pelos pesquisadores.

A intenção, de acordo com Rodrigues, é que haja o menor número possível de intervenções para que o material não sofra alterações e possa prejudicar o estudo.

"É um trabalho minucioso que será feito em Araraquara mesmo. Não temos a intenção de levar a qualquer outro laboratório", disse.

Segundo ele, a pesquisa será bancada pelo FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) e tem prazo de 90 dias para ser finalizada.

NOVAS OSSADAS

Terminada a primeira etapa, o grupo poderá pedir nova autorização ao Iphan para que sejam feitas novas escavações. O objetivo é encontrar novas ossadas.

Depois da conclusão dos estudos, a ossada deverá ficar exposta para visitação no Museu de Arqueologia e Palenteologia da cidade.

Fazem parte do grupo arqueólogos de Araraquara, Jaú, São Paulo e Ribeirão Preto, de acordo com Rodrigues.

Eles também deverão expandir a pesquisa para um grupo de estudos arqueológicos da cidade, para coletivizar o trabalho.

"Estamos planejando uma série de ações educativas, para envolvimento de alunos. Certamente, é um marco histórico para a cidade de Araraquara", disse.

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