Crateras em pontes colocam trânsito de Ribeirão em risco

	Silva Junior - 16.jan.2012/Folhapress
	Semana passadaÔnibus que ficou entalado em uma cratera que se abriu em ponte que dá acesso à avenida Luzitana, em Ribeirão Preto

Crateras abertas em pontes de Ribeirão Preto estão colocando em risco o trânsito da cidade. Em apenas quatro dias, o asfalto cedeu nas avenidas Luzitana (na zona leste) e Thomaz Alberto Whatelly (norte).

Especialistas afirmam que as pontes precisam passar periodicamente por manutenção, mas o próprio secretário de Infraestrutura, Miguel Iussef Iun, admite que a prefeitura não faz esse serviço.

Segundo ele, a administração só toma conhecimento de problemas do tipo após ser informada pela população, Defesa Civil, imprensa e por fiscais da prefeitura.

Na ponte que dá acesso à Thomaz Alberto Whatelly, a cratera foi aberta na última sexta. A prefeitura decidiu interditar parcialmente o local ontem, depois que um vídeo publicado na internet pelo comerciante Luís Lourenço, 42, repercutiu na cidade.

A pedido da Folha, o engenheiro Mauro de Castro Freitas, conselheiro do Comur (Conselho Municipal de Urbanismo), avaliou o problema e afirmou que há risco de desabamento. "O intenso tráfego de veículos pode fazer todo o asfalto se soltar."

Ele constatou que, no local, também há rachaduras na calçada do lado esquerdo.

Moradores estavam assustados ontem. "Parece que a cratera abriu mais [no final de semana], está mais perigoso", afirmou o aposentado João Dias Araújo, 68.

A Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano) colocou um cavalete no local na sexta, mas os veículos trafegavam normalmente até a tarde de ontem.

Isso porque as secretarias de Infraestrutura e Obras Públicas, que deveriam tomar conhecimento do buraco, só souberam do problema após a Folha procurá-las.

ÔNIBUS ENTALADO

Na segunda-feira da semana passada, um ônibus de transporte coletivo urbano afundou no asfalto de uma ponte na avenida Luzitana. Cinco passageiros se feriram.

O local ainda está parcialmente interditado. Uma licitação será aberta para obras.

José Galdino Barbosa da Cunha Júnior, chefe do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), afirmou que toda ponte precisa de um plano de manutenção. Segundo ele, não basta esperar a população reclamar. "Tem que mandar um engenheiro periodicamente para manutenção."