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Libertado de prisão perpétua volta ao Brasil

Após 6 anos detidos, ele e outro brasileiro foram absolvidos do crime de sequestro e tiveram condenação reduzida

Defesa alegou inocência e afirma que o caso foi uma armação da suposta vítima, que também é brasileira

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Após ser condenado à prisão perpétua e passar seis anos preso nos EUA sem sequer ouvir a voz de familiares, Alaor do Carmo Oliveira Júnior, 57, voltou ao Brasil.

Ele e outro brasileiro, Reynaldo Eid Júnior, 52, foram absolvidos pela Justiça americana da condenação de terem sequestrado uma brasileira e o filho dela de cinco anos na Califórnia, em 2005, em troca de resgate.

Em um novo julgamento, o júri concluiu que não houve sequestro por resgate, crime que prevê prisão perpétua, mas sim aprisionamento e tentativa de extorsão.

Esses crimes tiveram penas mais brandas, de quatro anos e meio de prisão -abaixo do que já haviam cumprido. Ambos alegam total inocência.

A defesa diz que eles foram alvos de armação da brasileira, pois nos EUA vítimas de crimes graves, como sequestro, obtêm documento para permanecer naquele país.

A absolvição por sequestro foi anunciada em novembro, mas eles continuaram presos. Oliveira chegou a Borborema, onde vive a família, no dia 11.

"Ainda não caiu a ficha dele. Ele está muito feliz, disse que está em transe", contou a cunhada de Oliveira, Mara Regina de Souza Almeida, 46.

A adaptação é lenta. "O organismo dele está ainda se acostumando. Ofereceremos a ele refrigerante e ele quis beber pouco, devagar, porque conta só ter tomado água nesses anos todos", disse.

Até a luz do sol lhe parece novidade, afirma a cunhada. "Ele não via a luz do sol. Não sabia o que era dia ou noite."

Já Eid foi solto no sábado. A família, de Novo Horizonte (SP), ainda não falou com ele. "Sempre acreditamos na inocência dele", disse o irmão, Luciano Eid, 33. Ele virá ao Brasil na próxima semana, mas morará nos EUA.

O CASO

Em 2005, Oliveira e Eid foram contratados por Jefferson Ribeiro para levar a mulher dele, Ana Morgado Ribeiro, e o filho, Iago, recém-chegados do Brasil, de um hotel na Califórnia até a Flórida.

Oliveira e Eid foram detidos com Ana e o filho ainda no hotel, acusados de mantê-los reféns em troca de um resgate de R$ 14 mil.

A Folha não localizou os Ribeiro. O Consulado Brasileiro na Califórnia diz não ter informações sobre eles -nem se estão ou não nos EUA.

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