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Canavieiro tenta acabar com estigma de 'usineiro'

Setor utiliza encontro com governo federal para cobrar visão de cadeia

Secretário do ministério diz que ouvirá pastas que têm interface com a produção para consolidar esse 'olhar'

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Empresários do setor sucroalcooleiro não querem mais ser vistos simplesmente como "usineiros".

Eles usaram o encontro anteontem com o novo secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, José Geraldo Fontelles, para cobrar do governo federal uma "visão de cadeia produtiva" para o setor.

Fontelles esteve em Sertãozinho para falar com os associados do Ceise-Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético). Segundo o presidente da entidade, Adézio Marques, a União "enxerga o sucroalcooleiro apenas como usineiro e a cadeia produtiva é muito maior".

Além de 450 usinas, o setor sucroalcooleiro tem pelo menos 4.000 indústrias e cerca de 80 mil fornecedores de cana-de-açúcar no país.

"Quando o governo diz que não quer beneficiar usineiros, por ter uma visão equivocada do setor, está prejudicando todos os outros empresários que fazem parte dele", afirmou Marques.

De acordo com Marcos Fava Neves, professor de planejamento e estratégia da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, a movimentação dos empresários é "fantástica".

"O Ministério da Agricultura sabe que o setor não é formado somente por usineiros, mas apita pouco nas decisões porque essa ainda é uma visão de outras esferas do governo federal", disse.

Fontelles afirmou que irá "conversar" com todos as pastas que têm interface com a produção para consolidar esse novo olhar sobre o setor.

Ele prometeu um plano de médio a longo prazo para reabilitar o setor sucroenergético, que teve quebra na última safra da cana e foi incapaz de abastecer até o mercado brasileiro em 2011.

Sem dar detalhes, Fontelles disse que o plano vai focar políticas para dar "viabilidade" aos investimentos do setor que garantam a oferta.

Questionado, por exemplo, sobre estímulos à produção de etanol e bioeletrecidade a partir de restos da produção -palha e bagaço da cana-de-açúcar-, o secretário afirmou que essa questão também será incluída nas políticas do governo federal.

Ele, no entanto, afirmou que o grande foco é a oferta do produto pelos métodos já existentes no país.

FINANCIAMENTO

No mesmo dia em que Fontelles esteve em Sertãozinho, o governo federal lançou, em Brasília, uma linha para financiar a produção de cana-de-açúcar com R$ 65 bilhões até 2015. A intenção com o pacote é expandir a oferta da matéria-prima para o etanol brasileiro, segundo o Ministério da Agricultura.

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