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Anvisa manda fiscalizar esterilizadoras

Após blitz em Cedral, vigilâncias sanitárias do país deverão vistoriar serviços envolvendo materiais hospitalares

Órgão quer identificar existência de possíveis irregularidades na esterilização de itens de saúde descartáveis

Guilherme Baffi/"Diário da Região"
Fachada da Sterimed Serviços de Esterilização, em Cedral, no interior de São Paulo; empresa foi interditada após blitz
Fachada da Sterimed Serviços de Esterilização, em Cedral, no interior de São Paulo; empresa foi interditada após blitz

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu ontem alerta a todas as vigilâncias sanitárias estaduais para que fiscalizem as cerca de 40 empresas esterilizadoras de materiais hospitalares existentes no país.

O aviso foi feito após o órgão ter sido notificado pela Secretaria de Estado da Saúde sobre a suspensão das atividades da Sterimed Serviços de Esterilização, de Cedral (424 km de São Paulo), que reprocessava materiais hospitalares que podem ser utilizados somente uma vez.

A constatação foi feita após blitze nos dias 15 e 16, com o apoio da Polícia Civil.

Foram encontrados produtos como seringas injetoras e alicate para cirurgias ortopédicas, conforme publicado ontem pela Folha.

De acordo com o médico Luiz Carlos da Fonseca e Silva, coordenador do processamento de produtos para a saúde da Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Anvisa, a maior concentração de empresas está no Paraná.

"A intenção é identificar se o processo operacional irregular que foi identificado [na Sterimed] ocorre em outras empresas e unidades de saúde", afirmou.

Silva também disse que as normas que regulamentam a esterilização são claras e que não há falhas. "A empresa não pode, por exemplo, receber materiais sem rótulos."

Anteontem, a Sterimed informou que muitos materiais eram enviados pelos clientes sem rótulos, o que dificulta a identificação do que é proibido ou não reprocessar.

O advogado da Sterimed, Marcelo Poli, afirmou que a empresa irá entregar ao Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo documentos com nomes de duas empresas paulistas que, de acordo com ele, oferecem serviços de reprocessamento de produtos que são similares ou idênticos aos vistos durante a blitz na Sterimed.

"Não queremos dar um tom de revanche e sim que outras empresas também sejam investigadas", afirmou.

INVESTIGAÇÃO

Em Varginha (MG), o Ministério Público deverá investigar se a empresa Sterimed Varginha, que possui contrato de licenciamento da marca, também pratica a esterilização irregular.

Desde 2010, a Promotoria apura a utilização de produtos tóxicos na esterilização de aparelhos pela empresa. O inquérito está em andamento.

O advogado da empresa mineira, Pablo de Souza Assis, afirmou desconhecer o andamento do inquérito e as denúncias da Promotoria.

Em nota, a proprietária da empresa, Marcela Ferreira de Melo Tiso, informou que todos os processos de esterilização estão de acordo com a legislação.

Por causa do episódio envolvendo a Sterimed em Cedral, Marcela informou ainda que a logomarca acompanhada do nome fantasia será substituída.

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