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Novo impasse trava obras no Leite Lopes

Estado diz que prefeitura terá de remover favelas, ao custo de R$ 25 milhões, mas município afirma não ter verba

Cálculo da administração estima que 323 imóveis precisem sair para dar espaço à ampliação de pista útil do aeroporto

Silva Junior/Folhapress
Avenida Tomás Alberto Whatelly na cabeceira da pista do aeroporto Leite Lopes; obras na pista são motivo de impasse
Avenida Tomás Alberto Whatelly na cabeceira da pista do aeroporto Leite Lopes; obras na pista são motivo de impasse

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Um impasse entre a Prefeitura de Ribeirão Preto e o Estado sobre quem arcará com a remoção de favelas vizinhas ao aeroporto Leite Lopes pode travar novamente a internacionalização do local.

Pelo novo projeto, o tamanho útil da pista, hoje de 1.800 m, precisa ser ampliado para 2.100 m para permitir que grandes aviões façam voos internacionais de cargas e, um dia, de passageiros.

Mas para que essa mudança ocorra, 323 imóveis, entre terrenos e imóveis, precisam ser removidos do entorno do aeroporto, segundo cálculo da prefeitura -a maioria é de barracos de favelas.

O impasse em mais um capítulo da novela Leite Lopes ocorreu durante reunião ontem pela manhã entre a prefeita Dárcy Vera (PSD) e o secretário de Estado de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho.

O encontro deveria ter sido de consenso. Seria o resultado de um esforço mútuo para achar uma alternativa a um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado em 2008 com o Ministério Público Estadual que proibia a ampliação da pista.

Na reunião de ontem, o Estado apresentou a minuta do projeto, orçado em R$ 178 milhões. Desse total, segundo a proposta, R$ 46 milhões deveriam ser financiados pela prefeitura. Parte desse valor, R$ 25 milhões, deveria servir para remover favelas -sendo R$ 15 milhões a serem aplicados ainda neste ano.

'SURPRESA'

À Folha a prefeita se disse surpresa com a informação e disse só ter a verba de R$ 21 milhões para alterar a avenida Tomas Alberto Whatelly, para onde avançaria a pista.

"Foi combinado uma coisa e queriam jogar para a prefeitura uma outra responsabilidade. Essa [remoção de favelas] é uma responsabilidade do governo do Estado."

Abreu Filho, por sua vez, afirmou que convênios pressupõem compromissos de ambas as partes.

"As desapropriações nós faríamos, mas a retirada da favela é questão do município. É ele quem cuida disso."

Segundo Dárcy, a promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) era de cuidar das remoções. A assessoria do governador informou que o Estado se comprometeu com desapropriações de imóveis regulares, mas nunca disse que removeria favelas.

Dárcy pediu à CDHU se pode ceder casas para o projeto. Nova reunião ocorre na próxima semana.

No final do dia, Dárcy pediu, pelo Twitter, para falar com Alckmin ao telefone.

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