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USP se despede de Voltarelli com cerimônia no campus

Professor Júlio César Voltarelli, 63, era referência em pesquisa com células-tronco

Pesquisador morreu em Blumenau (SC) após complicações sofridas em pós-cirúrgico de transplante de fígado

Silva Junior/ Folhapress
Velório do corpo do imunologista, ocorrido na USP Ribeirão
Velório do corpo do imunologista, ocorrido na USP Ribeirão

DE RIBEIRÃO PRETO

Ao som de violinos, acompanhado por amigos, alunos e colegas de pesquisa, o corpo do imunologista Júlio César Voltarelli -um dos principais pesquisadores de células-tronco do país- deixou ontem a capela da USP, em Ribeirão Preto, às 15h50, para ser enterrado em Cedral.

A cidade (424 km de SP), que fica na região de São José do Rio Preto, onde Voltarelli nasceu, em 1948, foi escolhida por ser onde está o jazigo da família do pesquisador.

O enterro estava marcado para as 18h. Um ônibus repleto de coroas de flores levou as últimas homenagens de Ribeirão ao pesquisador para a despedida em Cedral.

Voltarelli morreu na tarde de anteontem em Blumenau (SC), aos 63 anos, após complicações no pós-operatório de um transplante de fígado.

O médico imunologista foi professor-titular da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) e coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do HC.

O reconhecimento científico de Voltarelli se deve, entre outros aspectos, à imediata aplicação de suas técnicas, disse Roberto Passetto Falcão, coordenador do laboratório de hematologia do HC de Ribeirão e orientador de doutorado de Voltarelli.

Segundo ele, na pesquisa pela cura da diabetes -doença autoimune em que o corpo do paciente destrói as células do pâncreas, produtoras de insulina-, Voltarelli aplicou o transplante de células-tronco da própria medula do paciente, levando muitos à cura da doença.

De acordo com Falcão, a técnica ultrapassou as fronteiras do país e hoje é muito aplicada, inclusive na China.

Voltarelli é uma referência para especialistas da área

no Brasil, de acordo com Nelson Hamerschlak, coorde-nador da unidade de transplante de medula óssea do hospital Albert Einstein, em SP.

Ele escreveu 132 artigos científicos em periódicos, foi orientador de diversas teses de doutorado e de outras tantas dissertações de mestrado.

Ele tinha 11 orientações em andamento: cinco de mestrado, cinco de doutorado e uma de pós-doutorado.

(ELIDA OLIVEIRA E JULIANA COISSI)

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