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Araraquara decide se revê alta de 60%

Vereadores da cidade se reúnem hoje na Câmara e podem propor um reajuste salarial com percentual reduzido

Nove entre os 12 parlamentares da Casa disseram à Folha que cogitam reavaliar o aumento de 60%

DE RIBEIRÃO PRETO

Após dez dias de pressão popular contra o aumento de 60% nos salários de vereadores de Araraquara, os parlamentares vão discutir hoje a revisão da decisão aprovada em maioria pela Casa há cerca de duas semanas.

Agora, mesmo os vereadores que foram a favor dos 60% já cogitam um percentual menor ou até nenhum aumento, assim como ocorreu em Ribeirão. A reunião de hoje foi proposta pelo presidente da Câmara, Aluisio Bras (PMDB), o Boi, e ocorre a portas fechadas, já que não há sessão.

Dependendo do consenso entre os parlamentares, Boi pode apresentar novamente o projeto de lei que estabelece o subsídio dos vereadores.

"Há muitos 'salvadores da pátria'. Quando tinha que votar [a alta de 60%], foi a favor. Agora dá desculpas", afirmou o presidente da Casa.

Um dos vereadores criticados pelos colegas foi Carlos Nascimento (PT), que votou a favor do aumento e, depois, recuou dizendo que havia votado errado.

Nascimento disse à Folha que o erro ocorreu porque a análise do aumento foi feita em 20 segundos, e que a bancada do seu partido sempre vota reajustes salariais baseados na inflação.

A Folha ouviu os 12 vereadores de Araraquara. Nove já cogitam rever o aumento (veja quadro nesta página).

Édio Lopes (PSDB), que foi contra o aumento, disse que não iria se posicionar sobre a revisão porque a posição dele já era contra o reajuste.

Luiz Claudio Lapena Barreti (PSDB) falou que mudou de posição porque "chega um momento em que a política precisa de consenso".

João Farias (PRB) e Serginho Gonçalves (PMDB) disseram que vão manter a posição inicial, de aumento em 60%, e que são contra a revisão. No entanto, não cogitam mudar a postura caso a maioria decida pela revisão.

A polêmica deve se estabelecer quando os vereadores discutirem o percentual de aumento. A maioria propõe a reposição da inflação, mas divergem no percentual, que vai de 24% a 33%. Outros querem que não haja aumento.

'AUMENTO ZERO'

Farias, por exemplo, foi radical ao dizer que caso a revisão seja aprovada pela maioria de seus colegas, ele vai propor um "aumento de 0%".

"Se for rever, acho melhor não ter aumento nenhum. Precisamos de uma medida ampla de reforma da Câmara, com corte de gastos, como número de assessores e quantidade de fotocópias ", falou.

Para Ronaldo Napeloso (PMDB), a pressão da população é legítima. "As manifestações estão corretas."

(ELIDA OLIVEIRA)

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