Índice geral Ribeirão
Ribeirão
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Menalton Braff fecha com nova editora

Autor volta a trabalhar com a Bertrand Brasil, que vai lançar "O Casarão da Rua do Rosário" em agosto na Bienal de SP

Contista explora na obra seu habitual flerte com a poesia; para ele, só assim a prosa literária sobrevive frente a outras mídias

LUÍS EBLAK
EDITOR DA “FOLHA RIBEIRÃO”

O escritor Menalton Braff assinou contrato anteontem com a Bertrand Brasil, editora do grupo Record que vai lançar o próximo livro do autor, "O Casarão da Rua do Rosário", já em agosto.
Gaúcho de Taquara, mas morador de Serrana desde a década de 80, Menalton deixou a editora Global, por onde publicou seu último livro, "Tapete de Silêncio".
"O Casarão da Rua do Rosário" é seu segundo romance que tem como pano de fundo a ditadura militar brasileira (1964-85). O primeiro, "Na Teia do Sol", é de 2004.
Perseguido pelo regime militar, Menalton disse, porém, que a obra a ser lançada na Bienal do Livro de São Paulo apresenta essa temática de forma secundária. No romance de 2004, a ditadura era a temática principal.
Segundo ele, o livro é uma alegoria do Brasil, em que "o velho e o novo lutam ferozmente". "São cerca de 40 anos de história [1950-2000], mas não de História. É tudo ficção, e quem não quiser ver o casarão como alegoria do Brasil não precisa ver", disse, em entrevista por e-mail.

FLERTE COM A POESIA
Apesar da temática atual -o país discute esse passado recente com a Comissão da Verdade-, o também contista afirma que o novo livro, como os demais, é uma obra de literatura. Por isso, diz, sua proposta é a linguagem literária, não o enredo.
Recentemente, em palestra na Feira Nacional do Livro de Ribeirão, o autor fez um declaração polêmica. "Daqui a 50 anos, o eixo vai sair do enredo e vai prevalecer a linguagem. Ou a literatura [a prosa narrativa] se aproxima da poesia, ou ela morre", afirmou sobre o futuro das letras no mundo.
Segundo o contista, só contar histórias não será suficiente, pois o público não irá valorizar a literatura assim. "A TV já faz isso, o cinema faz. É muito mais fácil você ver um filme do que ler um livro", completou.
Finalista de vários prêmios, como o São Paulo de Literatura e o Portugal Telecom, Menalton ganhou o prêmio Jabuti em 2000 com "À Sombra do Cipreste", obra que o tornou conhecido nacionalmente.
A Folha tentou, mas não conseguiu falar com o grupo Record na última sexta-feira.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.