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PM mobiliza Câmaras contra podões na região de Ribeirão

Contra violência, corporação quer lei que vete facões em 9 cidades canavieiras

Casos de crimes com essa ferramenta são comuns; 60% dos homicídios da região envolvem podões

Edson Silva/Folhapress
PM simula abordagem a um trabalhador rural com podão
PM simula abordagem a um trabalhador rural com podão

ARARIPE CASTILHO
JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO

O podão, ferramenta usada por cortadores de cana, virou alvo da Polícia Militar na tentativa de reduzir a violência no interior paulista.

A PM iniciou um movimento na região de Sertãozinho para convencer Câmaras de nove cidades canavieiras a propor leis que proíbam a circulação de pessoas com os facões fora dos canaviais.

Cerca de 60% dos homicídios registrados nesses municípios envolvem o uso dos podões como arma, segundo o coordenador operacional do batalhão da PM de Sertãozinho, major Marcelo Antonio Jeronimo de Melo.

Ele afirmou que as empresas que contratam os boias-frias já adotam como norma a permanência dos podões dentro dos ônibus que transportam os trabalhadores do campo para suas casas.

"O problema é que, muitas vezes, a pessoa tem um podão particular, em casa. Então, é comum o cortador sair do trabalho, passar em casa para apanhar o seu podão e ir para um bar, onde pode se envolver em brigas", disse.

Melo afirmou que, embora legislar sobre questões penais seja competência da União, a proibição dos podões via lei local é possível se for criada como norma de "postura própria", que regulamenta procedimentos que afetam o município.

Os presidentes das Câmaras de Sertãozinho, José Aprigio (PMDB), e Jaboticabal, Wilson dos Santos (PV), disseram à Folha que, após o contato da PM, vão criar projetos de lei nesse sentido. Jussara Furlan (PT), do Legislativo de Pontal, disse que também é favorável à medida.

Rony Nascimento da Silva, 26, e Geraldo Lino da Silva, 51, cortadores que moram em Barrinha, disseram ser favoráveis à proibição. "É um perigo", afirmou Nascimento. "A gente nunca sabe o que se passa na cabeça das outras pessoas", disse Lino.

Casos com podão são tão comuns que a PM de Sertãozinho elabora um "procedimento padrão" para abordagens de pessoas armadas com essa ferramenta.

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folha.com/no1146690

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