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Empresa é condenada por preconceito contra obesa

Ex-funcionária diz ter sofrido humilhação no local de trabalho, em Ribeirão

Ápice foi ver o desenho de um elefante em uma porta; juiz afirma que cabe ao patrão propiciar um ambiente saudável

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma empresa de mototáxi de Ribeirão Preto foi condenada pela Justiça do Trabalho, em primeira instância, a indenizar por dano moral uma ex-funcionária alvo de humilhação por ser obesa.

A sentença, de junho deste ano, condenou a empresa ao pagamento de uma indenização de R$ 16 mil. Em audiência de conciliação, no último terça, foi fechado um acordo de R$ 8.000.

O processo foi movido por Nahla Camila do Espirito Santo dos Santos, 29. Na ação, a empresa aparece com a razão social de Fabricio Pelet Andrade, que é o nome do dono do estabelecimento.

Nahla afirma que foi secretária na empresa por cerca de dois anos, até novembro de 2011. Ao longo do ano passado, diz ela, passou a ser alvo de humilhações feitas por outra funcionária do local.

Segundo ela, a colega de trabalho fazia desenhos ridicularizando sua obesidade. Afirma que, hoje, tem 138 quilos, mas na época do ocorrido pesava 162 quilos.

Nahla diz que a pior das humilhações ocorreu quando a mulher colou, no banheiro dos funcionários, o desenho de um elefante. No papel, havia a inscrição "Ká" -ela diz ser uma referência a Camila, seu segundo nome.

Diante do ocorrido, conta, chegou a procurar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência, mas foi orientada a levar o problema a seu patrão.

Nahla diz que escreveu o que estava passando em um papel e entregou a Andrade, que, segundo ela, chegou a assinar o documento, mas não tomou providências.

"Não esperava que ele a demitisse, mas que houvesse ao menos uma advertência."

Nahla disse que fazia tratamento psicológico em razão do fato e que foi sua psicóloga quem a orientou a procurar a Justiça.

No texto da sentença, o juiz do trabalho substituto Gustavo Triandafelides Balthazar cita que "cabe ao empregador propiciar um ambiente de trabalho saudável, tomando as medidas necessárias, inclusive fiscalizadoras, para que nenhum trabalhador tenha sua dignidade abalada".

A Folha não conseguiu localizar Andrade ontem. A reportagem esteve no escritório do advogado que o representou no processo, mas a informação é que ele estava viajando. Não houve resposta ao recado deixado no local.

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