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Problemas da Cidade

Emergência é o maior gargalo da saúde

Usuários se queixam de morosidade no pronto-atendimento; para especialista, saída é investir na atenção básica

Prefeitura reconhece falhas, mas diz que o serviço prestado melhorou nos últimos anos em Ribeirão

Edson Silva/Folhapress
A paciente Lúcia Silva mostra cartão com agendamento de consulta para dezembro na UBS do Simioni, em Ribeirão
A paciente Lúcia Silva mostra cartão com agendamento de consulta para dezembro na UBS do Simioni, em Ribeirão

JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO

O problema da lentidão no atendimento em unidades que prestam serviços de urgência e emergência em Ribeirão é o principal gargalo a ser enfrentado pelo próximo prefeito, segundo usuários do sistema, entidades, especialistas, médicos e servidores.

A maior queixa é sobre a morosidade, em média de quatro horas nas unidades de pronto-atendimento, fato confirmado pelo secretário da Saúde, Stenio Miranda, 57.

Mas há outros problemas, como a demora para agendar consultas e o deficit de médicos e outros profissionais.

Para o secretário, a falta de médicos é um problema do serviço -que ele qualifica como bom-, em razão do baixo interesse dos profissionais em atuar no sistema público.

A Folha percorreu, nas últimas duas semanas, unidades de saúde de forma aleatória e ouviu pessoas que procuravam o serviço. Dias depois, ligou para verificar como foram os atendimentos.

O gargalo do sistema é verificado nas UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde), onde ocorrem os atendimentos emergenciais.

As maiores filas foram verificadas na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) e nas UBDSs Central, Vila Virgínia e Sumarezinho. Já a situação nas UBSs (básicas) e USFs (Saúde da Família) -que prestam serviços ligados à prevenção, entre outros- é mais tranquila, mas nem por isso sem problemas. Ribeirão tem 30 UBSs e 13 USFs.

Nelas não há muitas filas, mas a reclamação de pacientes é, de novo, a demora, mas para agendar consulta.

DEZ HORAS

O pintor João França, 52, e sua mulher foram quarta-feira à UBDS da Vila Virgínia. Ele conta que o casal esperou dez horas por atendimento.

Os atendimentos e o fornecimento de medicamentos, segundo a maioria dos entrevistados, são satisfatórios.

Para André Lucirton Costa, docente da USP, a saída para reduzir a espera no pronto-atendimento é prestar bom serviço na atenção básica.

"Nela [UBS], o médico conhece o histórico do paciente, as condições da família. É preciso investir pesado no acesso ao sistema, para que o paciente não vá direto ao serviço de urgência." Ele disse que a demora no atendimento pode ser indicativo de falta de médicos, mas, no geral, o sistema não é ruim.

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