Índice geral Ribeirão
Ribeirão
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Elite se desloca para a zona sul e avenida deixa de ser atraente

DE RIBEIRÃO PRETO

Historicamente, as famílias de classe alta de Ribeirão Preto seguem a mesma direção de deslocamento -desde a década de 1980, o eixo é a zona sul da cidade, mas a avenida Nove de Julho já fez parte desse fenômeno.

A conclusão é do urbanista Ozório Calil Júnior, que pesquisou a região central de Ribeirão Preto em sua dissertação de mestrado defendida no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos.

"O movimento de saída das famílias começa com a inauguração do Ribeirão Shopping [1981]. Aquela região passa a ser o novo foco [do deslocamento urbano]", afirmou o especialista.

Inaugurada em 1922 -ou seja, completa 90 anos em 2012-, a avenida Nove de Julho viveu o seu apogeu entre as décadas de 1940 e 1970.

No período, os barões e coronéis do café -já com produção em declínio, após a crise de 1929- se mudam da região central de Ribeirão Preto para a avenida.

No final da década de 70, no entanto, o local começa a passar por alterações em sua estrutura habitacional, com a instalação das primeiras agências bancárias, que hoje quase dominam o cenário.

"O comércio era proibido na avenida. Mas a Câmara alterou a Lei de Uso e Ocupação do Solo e o cenário mudou", diz Calil.

O tombamento pelo município da Nove de Julho garante a permanência do calçamento de paralelepípedos, do piso do canteiro central e das sibipirunas (árvores locais).

"Seria preciso preservar a história. É uma pena que a avenida esteja se transformando dessa forma", afirmou a aposentada Sônia Benedini, 75, que mora no Boulevard, área acima da Nove de Julho, dominada por lojas e prestadores de serviço.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.