Problemas da cidade

Até escola tem rotina alterada por falta de água

"A cada ano a coisa piora". A queixa em relação à falta de água é de Luciane Barbosa Chaves, diretora e dona da escola Tia Lú, que fica na Lagoinha, em Ribeirão Preto, e atende crianças em berçário e no ensino infantil.

Ela conta que precisou mudar a rotina da unidade nos últimos dois meses para enfrentar o problema de desabastecimento. Normalmente, o fornecimento é escasso no período da tarde.

Por isso, atividades foram suspensas. "Não podemos mexer com tinta [nas aulas com as crianças], por exemplo", diz a auxiliar de coordenação Josi Oliveira, 31.

A funcionária relata ainda que até o horário do banho das crianças foi alterado, da tarde para a manhã.

"Acumula louça, não tem água nos banheiros, nem na cozinha", diz a diretora, acrescentando ainda que o campinho de futebol da escola perdeu toda a grama porque não havia água para regar.

Até o Ministério Público Estadual em Ribeirão Preto foi afetado. Na última quarta-feira, o expediente teve de ser encerrado mais cedo por falta de água no local.

O diretor de divisão do Ministério Público, Ângelo Eduardo Fayão, disse que o prédio possui três caixas d' água que, juntas, armazenam 32 mil litros -mesmo assim, houve falta de água.

VAZAMENTOS

Segundo o (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e o Ministério Público, metade da água captada no aquífero Guarani é desperdiçada por vazamentos na rede.

A situação é comum no Jardim Aeroporto, diz Jair Teixeira, 45, morador da região, que mostra três derrames de água perto de sua casa.

"É problema recorrente. Muitas vezes os funcionários vêm, arrumam, mas não resolvem definitivamente."