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Daerp não mandou cortar água de Dárcy, diz empresa

Terceirizada MCP afirma que só segue ordens de autarquia da prefeitura

Departamento diz, no entanto, que suspensão do abastecimento não ocorreu porque prefeita renegociava sua dívida

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A MCP Serviços, contratada do Daerp (autarquia de água e esgoto) para fazer corte de água em Ribeirão Preto, não recebeu ordem para interromper o abastecimento na casa da prefeita Dárcy Vera (PSD), que acumulou dívida de R$ 3.303 e atrasou seu pagamento em três meses.

A afirmação é da dona da empresa, Giuliana Palumbo, e consta em carta enviada à Folha. A mensagem foi mandada pelo e-mail do marido dela, o perito judicial Halyson Walderrama. Ela não quis falar diretamente com a reportagem sobre o caso.

Segundo a carta, a MCP realiza cerca de 1.250 cortes de água por mês na cidade -a prefeitura fala em 1.500. As interrupções de abastecimento, conforme a empresa, obedecem listas que são encaminhadas pelo departamento.

As ordens para corte possuem apenas "endereço e número da unidade consumidora, jamais o nome do devedor" para que o serviço "seja impessoal", diz um trecho.

"Portanto, se a MCP não fez o corte de água da prefeita ou de qualquer outra pessoa, isso ocorreu em razão de tal unidade consumidora não constar das listas enviadas pelo Daerp."

Procurado, o departamento informou que os cortes de usuários inadimplentes seguem "uma logística".

Giuliana diz ainda que a MCP faz os cortes em "todas os endereços e unidades consumidoras que constam de tais listas, sem exceção, não tendo [a empresa] qualquer poder decisório acerca dos cortes que deve fazer".

'AUXÍLIO' NA GESTÃO

Giuliana negou ainda que seu marido seja responsável pela MCP, apesar de os próprios funcionários da empresa terem dito isso à Folha.

Ela escreveu que seu marido apenas a "auxilia na esfera administrativa", o que "é natural entre cônjuges".

"Meu marido realiza trabalho como perito judicial em várias comarcas, inclusive Ribeirão Preto, sendo nomeado pelos egrégios magistrados exclusivamente em razão de sua qualificação [...], não havendo relação entre seu ofício e a empresa MCP."

Como o jornal publicou, Walderrama atuou como perito em ações envolvendo a prefeitura, mas declinou de atuar em uma que envolvia o Daerp. "Isso ocorreu justamente para preservar sua isenção e imparcialidade."

A carta diz ainda que "o Daerp é uma autarquia municipal, com receita e orçamento próprios, não dela participando a prefeitura, o que permite ao mencionado perito atuar nos processos desta prefeitura sem suspeição".

Sobre a falta de alvará para atuar no endereço onde a MCP funciona atualmente, na rua Pedro Pegoraro, a empresária afirmou que já foi feito um pedido de certidão de atividade à prefeitura, sem mencionar quando.

Giuliana escreveu que o processo já está em andamento e a alteração será registrada na Junta Comercial.

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