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USP Ribeirão vê gargalo na oferta de vagas em creches

Em 2 anos, houve 2.263 queixas em conselhos tutelares sobre a área da educação

Prefeita promete zerar a fila de espera em creches, mas não revela o volume de pessoas com essa necessidade

Edson Silva/ Folhapress
Pais buscam filhos na creche Alaor Galvão Cesar, da Vila Virgínia, em Ribeirão Preto
Pais buscam filhos na creche Alaor Galvão Cesar, da Vila Virgínia, em Ribeirão Preto

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Nos últimos dois anos, 2.263 mães queixaram-se aos conselhos tutelares de Ribeirão Preto principalmente da falta de vagas em escolas e, em especial, nas creches para seus filhos de até três anos.

Os dados de registros entre 2010 e 2011 foram analisados em um diagnóstico elaborado pela USP de Ribeirão, concluído neste ano, encomendado pelo CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).

É justamente o tema da educação infantil um dos mais explorados na campanha eleitoral pela TV da prefeita Dárcy Vera (PSD), que tenta amanhã a reeleição.

A prefeita frisa que em seu governo fez 22 novas escolas -sendo dez creches e seis que atendem crianças em idade de creche e pré-escola (neste caso, de quatro a cinco anos).

Questionada sobre as conclusões do relatório, a prefeitura não respondeu (leia texto nesta página).

No debate de anteontem promovido pela EPTV, afiliada da Rede Globo, a necessidade de vagas em creches foi tema recorrente.

O candidato João Gandini (PT) disse que, só no ano passado, foram 87 ação judiciais contra a prefeitura obrigando esta a matricular crianças em creches.

"Eu não faço milagre", respondeu Dárcy, referindo-se ao número de pedidos de vagas e ao que conseguiu atender em sua gestão. Na TV, ela prometeu zerar a fila de espera, se reeleita. O número dessa fila, porém, é um mistério para os cidadãos.

É que, desde que assumiu, em 2009, Dárcy Vera é questionada pela Folha, mas se nega a dizer qual é a atual fila por vagas em creches.

Já a cidade de São Paulo, a maior da América do Sul, sabe não só exatamente a sua demanda, como a torna pública no site da prefeitura e inclusive a divide por bairros.

Na última atualização do site, eram 145.221 crianças até três anos na fila.

"Sem a vaga, essa criança é deixada pela mãe com o irmãozinho que só é uns anos mais velho do que ele ou com uma vizinha. Gera uma série de consequências", disse a docente Bianca Correa, uma das autoras da pesquisa.

Na área da educação, os registros nos conselhos tutelares incluem ainda transferência e afastamento escolar.

"Minha percepção dos programas eleitorais é que não temos ações para a criança e o adolescente, só genéricas", afirmou Elmir de Almeida, outro autor do estudo da USP.

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