A cada dez mortes, oito ocorrem nas zonas norte e oeste

	Mariana Martins/Folhapress
	Policiais durante operação da PM na favela das Mangueiras, ontem, em Ribeirão Preto

De cada dez homicídios ocorridos em Ribeirão Preto neste ano, oito aconteceram em bairros que fazem parte das zonas norte e oeste.

Dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública) divulgados anteontem apontam que, das 51 vítimas desse tipo de crime na cidade, 44 foram mortas nessas duas áreas.

O número de homicídios em Ribeirão cresceu 50%. Foram 34 vítimas nos nove meses de 2011, ante 51 em 2012. Os números não contabilizam os casos de latrocínio (roubo seguido de morte), que também subiram: 133%, passando de três registros em 2011 para sete neste ano.

Os dois DPs (distritos policiais) da zona norte de Ribeirão -2º DP, localizado nos Campos Elíseos, e 5º DP, no Geraldo Correia de Carvalho- contabilizaram 27 casos. Já os da zona oeste -3º DP, na Vila Tibério, e 6º DP, na Vila Virgínia- tiveram 17. As quatro delegacias respondem por 86% do total de homicídios no município.

O delegado Ricardo Turra, do setor de homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), afirma que a maior incidência de mortes nesses bairros está ligada ao tráfico de drogas na cidade.

De acordo com ele, essas áreas concentram o maior número de favelas e moradores de baixa renda e, muitas vezes, esses fatores acabam criando condições para que pessoas vendam drogas, estimulando de uma certa forma o tráfico.

"Às vezes, a pessoa não tem emprego e as circunstâncias acabam levando para a criminalidade", diz.

Turra afirma também que não é possível fazer uma relação entre os casos e que grande parte das mortes está relacionada ao consumo e à venda de entorpecentes.

ÚLTIMOS CASOS

As informações disponibilizadas pela SSP são de janeiro a setembro. Por isso o delegado afirma que os casos não estão relacionados à onda de violência que explodiu em Ribeirão neste mês. Só em outubro, 13 mortes foram registradas na cidade.

No último dia 19, uma sexta-feira, 12 pessoas foram baleadas e, entre elas, cinco assassinadas em três casos distintos na zona norte.

No dia seguinte aos ataques, o secretário da Segurança Pública do Estado de SP, Antonio Ferreira Pinto, que esteve em Ribeirão com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), cogitou trazer para a cidade a Rota (grupo de elite da PM). Apesar da possibilidade, ele disse que não faria isso por enquanto.