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Cohab e CDHU se isentam de fraude

Diretor de companhia do Estado afirma ter tido informações antes de o caso chegar à polícia, mas sem provas

Polícia pede quebra do sigilo do celular de envolvida no caso que disse ter falado com a prefeita por telefone

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Com a prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (PSD), sob suspeita de participação na suposta fraude em distribuição de casas populares, Cohab-RP (Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto), CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e PMDB decidiram se isentar sobre o caso.
Milton Vieira de Souza Leite, diretor regional da CDHU, confirmou ter recebido informações sobre possíveis fraudes antes de o assunto virar caso de polícia.
As denúncias, no entanto, não se concretizaram, disse. "Nunca chegou nenhuma prova", afirmou.
Segundo ele, o único papel da CDHU foi construir as casas no Paulo Gomes Romeo e, depois, habilitar as famílias cadastradas pela Cohab-RP. Não haverá, segundo ele, apuração da CDHU sobre o caso.
O presidente da Cohab-RP, Sílvio Martins, indicado para o cargo pelo PMDB, também disse que ainda não há "nem indícios" de envolvimento de pessoas do poder público no suposto esquema.
Também afirmou, porém, que não tem como a Cohab fazer as investigações internas que havia prometido quando o caso surgiu, na semana passada.
"Não há um nome [de funcionário da Cohab] que possa ser investigado. Nem indício", disse Martins, ao lado de Dárcy, na última quarta.
O único nome citado até agora foi o da própria prefeita. Na quarta, Marta Aparecida Mobiglia, 45, envolveu Dárcy ao dizer que chegou a falar com a prefeita por telefone.
A suspeita disse ainda que os valores de até R$ 3.000, recolhidos de pessoas que queriam "furar" o sorteio, eram enviados por um "mensageiro" de Dárcy à prefeitura.
A Folha tentou falar ontem com Baleia Rossi, presidente do PMDB no Estado, mas sua assessoria disse que ele não iria comentar o caso.
A Polícia Civil pediu à Justiça a quebra do sigilo do celular de Marta. Significa que a investigação quer acesso a todos os números telefônicos para os quais ela ligou ou recebeu ligações.
Ontem, uma segunda suspeita, Maria Rosa Lopes Ferreira, 57, prestou depoimento, mas não citou Dárcy. Disse que não sabia de detalhes do trabalho de Marta e que havia cedido a sua residência para a amiga.
O delegado Marcelo Velludo disse que recebeu dos advogados das suspeitas uma lista com cerca de 200 nomes e telefones de pessoas que pagaram de R$ 1.500 a R$ 3.000 para receber casa em sorteio supostamente fraudado.

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