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Governo federal adia de novo a duplicação da Régis
Obras na serra do Cafezal, um trecho de 30,5, não serão entregues antes de 2013
Melhoria é prometida há
uma década e meia; para
compensar o novo atraso,
concessionária da via não
aumentará valor do pedágio
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal postergou
por mais um ano a duplicação
da Régis Bittencourt na região
da serra do Cafezal, um gargalo
de 30,5 km crítico em acidentes
e engarrafamentos no principal
corredor rodoviário entre São
Paulo e a região Sul do país.
A obra, prometida há uma
década e meia, tanto na gestão
tucana de FHC como na petista
de Lula, tornou-se uma das
obrigações contratuais da concessionária que assumiu a estrada em fevereiro de 2008 em
troca da exploração de praças
de pedágio durante 25 anos.
O prazo para que ela fosse entregue, no entanto, foi empurrado, e a duplicação não ficará
pronta antes de 2013 -um ano
depois da última previsão. As
alegações do novo atraso são,
mais uma vez, as pendências
para as licenças ambientais.
A serra do Cafezal abriga
uma região nativa de mata
atlântica entre os municípios
de Juquitiba (72 km de SP) e de
Miracatu (138 km de SP).
É a única parte da Régis (nome de um trecho da BR-116) no
Estado com pistas simples. A
área é de curvas sinuosas, dificultando a ultrapassagem de
caminhões. Lá, até acidentes
menos graves param a rodovia.
O custo estimado da duplicação supera R$ 300 milhões.
Segundo a ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres), a "readequação do cronograma de investimentos" levaram à manutenção da tarifa
de pedágio (que, por contrato, é
reajustada anualmente em dezembro) sem aumento para os
motoristas: R$ 1,50 em cada
uma das seis praças da rodovia,
entre São Paulo e Paraná.
A obra é prometida desde os
anos 90 tanto para reduzir engarrafamentos como para diminuir acidentes na via apelidada de "estrada da morte".
Levantamento do começo da
década mostrava que, proporcionalmente à extensão, o número de mortes no trecho era
46% superior à do resto da via.
Ambientalistas sempre resistiram principalmente à escolha
do traçado de duplicação na
serra do Cafezal fora do eixo da
pista simples atual, com a alegação de danos irreversíveis na
mata atlântica, em cursos d'água, além da morte de animais.
O Ibama afirma que a apreciação da licença depende de
um complemento de informações solicitado à concessionária. O instituto não respondeu,
porém, desde quando a autorização da obra está sendo analisada.
Apesar do valor baixo dos pedágios na Régis, os mais de 100
mil motoristas que usam a estrada todo o dia têm enfrentado
problemas que não se limitam
ao trecho da serra do Cafezal.
Em duas viagens realizadas
nas últimas semanas em toda a
sua extensão, a Folha identificou trechos com buracos no asfalto, apesar de a rodovia federal estar há dois anos sob controle privado e há mais de um
ano com a cobrança de pedágio.
Além da própria serra do Cafezal, outros pontos com buracos e pavimento crítico eram as
imediações de Registro (188
km de SP) e principalmente
Barra do Turvo (322 km de SP).
Embora a maior parte da rodovia tenha condições boas ou
razoáveis da pista e da sinalização, há trechos com remendos
e irregularidades que levam os
veículos a trepidar.
Colaborou RICARDO WESTIN, da Reportagem Local
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