Ribeirão Preto, Sexta-feira, 01 de Maio de 2009

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130 palmeiras da av. Jerônimo Gonçalves "se mudam" em julho

Prefeitura de Ribeirão deve extrair árvores para alargar o canal, mas terá que replantar as menores ao lado da Câmara

Órgão ambiental manda também plantar novas palmeiras na avenida depois da conclusão da obra; extração ainda é polêmica

Edson SIlva/Folha Imagem
Palmeiras reais e imperiais da av. Jerônimo Gonçalves, que deverão ser retiradas para obra antienchente


VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O capítulo mais polêmico da obra que a Prefeitura de Ribeirão Preto executa para combater as enchentes na região da Baixada, no centro da cidade, já tem data para acontecer. No início do próximo semestre, as 130 palmeiras reais e imperiais da avenida Jerônimo Gonçalves devem ser extraídas para possibilitar o alargamento do canal do ribeirão Preto. As árvores são consideradas cartão postal da cidade.
Por exigência do DEPRN (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais), as palmeiras que tiverem menos de 14 metros serão replantadas no parque Maurilio Biagi, ao lado da Câmara.
Pelo acordo firmado entre prefeitura e DEPRN, a Jerônimo Gonçalves terá que receber mais palmeiras após a obra: devem ser plantadas 130 no espaço que ocupam hoje e mais 178 em direção ao córrego Laureano, ao lado da Câmara.
A Secretaria de Obras Públicas trabalha para concluir em 30 dias o processo da licitação dessa fase da obra antienchente. Segundo o titular da pasta, Abranche Fuad Abdo, os técnicos estão cotando preços de mudas de palmeiras e do serviço de transporte e replantio.
O valor será incluído no edital da concorrência, que já tem R$ 11,767 milhões garantidos do governo federal.
Embora o secretário afirme que a remoção das árvores tem o aval do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município), o tema ainda gera controvérsias.
Segundo o arquiteto Cláudio Bauso, membro do Conppac, a avenida foi tombada pelos conselheiros, faltando apenas o decreto da prefeita Dárcy Vera para proteger definitivamente a via, incluindo as palmeiras. A altura dos prédios e os balaústres do canal do ribeirão Preto também são protegidos.
"O Conppac ainda não viu como vai ser feito [a remoção das palmeiras]. Tudo o que eles forem mexer na avenida terá que ter nosso aval", afirmou Bauso.
Outra preocupação, segundo o secretário de Obras, é com a sobrevida das árvores que devem ser replantadas no parque.
Em maio de 2007, Carlos Martinez e Maria Inês Salgueiro Lins, especialistas em botânica da USP e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), respectivamente, afirmaram à Folha que o transplante é uma operação arriscada e que a chance de sobrevivência das espécies é pequena.
A obra a ser licitada prevê o alargamento dos 280 metros do canal do ribeirão Preto em mais 2 metros em cada lado da Jerônimo Gonçalves.


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